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quinta-feira, 25/12/2025

Mulher morre em São Paulo após ser atropelada e arrastada

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Em Brasília

Tainara Souza Santos, de 31 anos, faleceu nesta quarta-feira (24) no Hospital das Clínicas, em São Paulo, após 25 dias internada. Ela estava hospitalizada desde 29 de novembro, vítima de um grave acidente no qual foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro pelo motorista Douglas Alves da Silva.

Após o atropelamento, Tainara perdeu as duas pernas e passou por cinco cirurgias para tentar reconstruir os danos causados. Desde o acidente, esteve intubada devido à gravidade dos ferimentos. A última cirurgia ocorreu na segunda-feira (22) para remover pele que seria usada em enxerto na perna remanescente, próximo aos glúteos. Além disso, foi submetida a uma traqueostomia para retirada do tubo respiratório.

Nesta terça-feira (23), a mãe de Tainara, Lúcia Aparecida Souza da Silva, compartilhou nas redes sociais um vídeo informando que a filha estava no quarto do hospital, porém muito debilitada pelo trauma das amputações, apesar do procedimento cirúrgico ter ocorrido sem complicações.

A família foi informada pelos médicos que Tainara não respondia mais aos medicamentos e encontrava-se muito fraca, motivo pelo qual a mãe pediu orações a todos.

Fabio Costa, advogado da família, lamentou a morte e destacou a importância do depoimento de Tainara para a investigação, já que esclareceria detalhes sobre o relacionamento dela com o acusado, Douglas Alves da Silva. Ele explicou que esses esclarecimentos ajudariam a encerrar o caso e afirmou que o objetivo principal da família é garantir que o suspeito enfrente o júri popular.

O Caso

Douglas Alves da Silva, de 26 anos, é réu por tentativa de feminicídio contra Tainara e tentativa de homicídio contra um homem que estava com ela no momento do acidente.

O atropelamento aconteceu pela manhã de 29 de novembro no bairro Parque Novo Mundo, zona norte de São Paulo. Douglas conduzia um Golf preto quando atingiu Tainara e continuou dirigindo, arrastando o corpo dela por um trecho da marginal Tietê.

Câmeras de segurança e testemunhas registraram o momento do atropelamento, e um funcionário relatou à polícia que o motorista agiu intencionalmente, inclusive aplicando o freio de mão e fazendo movimentos bruscos enquanto Tainara estava sob o veículo.

Familiares afirmam que Tainara e Douglas tiveram um breve relacionamento que terminou por iniciativa dela. Douglas negou conhecer Tainara ou ter intenção de atingi-la, alegando que queria acertar apenas o homem que a acompanhava. Ele afirmou não ter percebido que estava arrastando a vítima e deixou o local com medo de ser agredido. O passageiro do carro, entretanto, declarou que Douglas ficou irritado ao ver Tainara com outro homem e que tinha intenção de atingi-la. O motorista foi preso no dia seguinte ao acidente.

Feminicídio em São Paulo

Até outubro de 2025, a cidade de São Paulo registrou 53 casos de feminicídio, o maior número já registrado no período, superando os 51 casos de 2024.

Levantamento do Instituto Sou da Paz indica que a capital paulista corresponde a um em cada quatro feminicídios consumados no estado. Entre 2024 e 2025, houve aumento de 23% dos casos nos primeiros dez meses do ano, em comparação com o ano anterior, e crescimento de 71% em relação a 2023.

Os dados mostram que a maioria das vítimas é assassinada dentro de casa (67%) e que armas brancas ou objetos contundentes são as ferramentas usadas em mais da metade dos crimes registrados.

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