Chelsae Michelle Jenner, influenciadora que está grávida de apenas três meses, enfrentou a difícil decisão de escolher quais fetos sobreviveriam em sua rara gestação de quíntuplos. Em vídeos publicados no TikTok, ela compartilha a dor desse momento: “Foi a escolha mais difícil da minha vida. Tento pensar que os meus gêmeos e eu só estamos aqui porque tive que passar por aquilo, mas foi algo muito traumático.”
A história da moradora de Austin, nos Estados Unidos, começou quando realizou uma inseminação artificial em 2022. Já mãe de três filhos, ela desejava aumentar a família. Um exame realizado com cinco semanas de gestação revelou a presença de cinco sacos gestacionais, uma surpresa que ela comemorou, embora os médicos tenham agido com cautela.
O obstetra responsável informou que a notícia trazia riscos tanto para a mãe quanto para os bebês. Com apenas 1,50m de altura, Chelsae não tinha condição física para suportar tantos fetos durante toda a gestação, além de o número elevado de bebês aumentar a chance de um parto prematuro.
Diante dessa situação, o casal recebeu duas alternativas: continuar com a gestação completa e encarar os sérios riscos ou optar pela redução fetal, procedimento que interromperia o batimento cardíaco de alguns fetos para aumentar a chance de sobrevivência dos demais.
No início, Chelsae recusou a redução e passou a realizar exames quase diários para acompanhar o desenvolvimento dos bebês. Ainda assim, seu corpo começou a apresentar sinais de sobrecarga, como aceleração do coração mesmo em repouso e alterações nos rins e fígado.
Com oito semanas, o quinto bebê faleceu. Além disso, havia suspeita de uma síndrome genética grave em outro feto, o que poderia resultar em malformações. Apesar das dificuldades, Chelsae decidiu continuar com a gestação de quatro fetos.
Na décima semana, os médicos foram firmes: a chance de morte materna era de 60% e a probabilidade de que pelo menos um bebê nascesse com deficiência ultrapassava 90%. Perguntaram também sobre as condições financeiras do casal para cuidar dos filhos, especialmente considerando a prematuridade.
Chelsae relata que, inicialmente, pensou estar sendo egoísta ao considerar a interrupção da gestação, mas compreendeu que esta era uma decisão altruísta para proteger a saúde de todos os envolvidos. A decisão foi tomada em conjunto, visando a sobrevivência da mãe e dos bebês.
O procedimento de redução fetal foi realizado na 12ª semana, com auxílio de ultrassom. O médico encerrou os batimentos dos fetos selecionados por meio da inserção de agulha nos sacos gestacionais, a escolha dos fetos a serem mantidos foi feita pelo profissional, segundo sua avaliação das chances de sobrevivência.
A gestação prosseguiu sob vigilância rigorosa. Os gêmeos restantes nasceram saudáveis após 33 semanas e seis dias. Apesar da felicidade, Chelsae afirma: “Eles são meus quíntuplos. Sempre serão.”
Ela encontra força no amor pelos dois filhos que hoje tem em seus braços, mas mantém viva a memória dos três que não sobreviveram. “A dor faz parte de mim. Mas o amor por todos eles também.”