ISABELLA MENON E PAULO EDUARDO DIAS
FOLHAPRESS
O advogado da família de Tainara Souza Santos, 31 anos, que foi atropelada e arrastada pelo ex-namorado, Fabio da Costa, informou que ela tem ferimentos em várias partes do corpo. O caso aconteceu perto de um bar no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo, e está registrado como tentativa de feminicídio.
Depois do atropelamento, ela teve as duas pernas amputadas e está intubada desde sábado (29). Apesar de uma pequena melhora no domingo, o estado de saúde dela ainda é grave.
De acordo com o advogado, Douglas Alves da Silva, 26 anos, que está preso pelo crime, teve um relacionamento amoroso com Tainara, mas não foi um namoro sério.
“No sábado, ele teve uma crise de ciúmes porque ela conversava com outro rapaz e decidiu sair e atropelá-la”, contou o advogado, que afirmou que a família não conhecia nenhum comportamento agressivo ou possessivo de Douglas antes do atropelamento.
O advogado ainda disse que, no dia do ocorrido, a mãe de Tainara também estava no bar e conversou com Douglas.
“A mãe estava no bar, chegou e falou com ele. Ela o reconheceu, já tinha visto ele algumas vezes com a filha. E ela foi lá conversar com ele normalmente e o cumprimentou […]. Não havia reclamações contra ele”, explicou o advogado.
O representante da família disse que conversou rapidamente com Douglas e perguntou sobre o que ele fez com Tainara. “Ele disse que quis atropelá-la, mas negou que sabia que ela estava presa embaixo do carro. Isso não é verdade, ele sabia”, afirmou.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Douglas.
Segundo o advogado, o carro dirigido por Douglas arrastou Tainara por cerca de 1 quilômetro, até parar em um posto de gasolina, onde o corpo dela se soltou. Um vídeo mostra que nesse momento ela ainda estava consciente e respondia às pessoas que falavam com ela.
Amigo de Douglas tentou impedir o atropelamento
Douglas estava com um amigo chamado Kauan Silva Bezerra, 19 anos, que foi à delegacia no dia da agressão contra Tainara. Segundo o advogado de Kauan, Matheus Lucena, eles eram apenas colegas.
O advogado disse que Kauan não percebeu quando Douglas decidiu atropelar Tainara.
“No momento da colisão, Kauan foi jogado para frente, batendo a cabeça no painel. Só depois do impacto ele entendeu o que aconteceu e começou a gritar e bater no painel, pedindo para Douglas parar o carro”, contou o advogado.
Kauan disse que Douglas só parou depois que ele ameaçou pular do carro caso ele não parasse. “Quando o carro finalmente parou, Kauan saiu do veículo, bastante abalado, colocando as mãos na cabeça ao ver o que aconteceu. Douglas então acelerou e fugiu”, explicou o advogado.
Douglas foi encontrado na noite de domingo (30) em um hotel na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Conforme mostrado pela Folha de S.Paulo, ele tentou reagir e tirar a arma do policial, que atirou no seu braço para imobilizá-lo. Ele foi levado para o hospital e depois para a delegacia.
Documentos revelam que Douglas já tem antecedentes policiais. Em 2023, ele foi preso por posse ilegal de arma.

