Seis meses após ser atingido por um tiro de fuzil na cabeça durante uma operação no Rio de Janeiro, o comandante Felipe Marques, de 45 anos, copiloto do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Corf), continua internado e lutando pela recuperação. A esposa do policial, Keidna Marques, alertou nas redes sociais sobre uma vaquinha falsa criada por golpistas.
Keidna postou em seu Instagram para avisar que pessoas mal-intencionadas montaram uma arrecadação de fundos fraudulenta usando o nome de Felipe, tentando se aproveitar da solidariedade em torno do caso.
Em um relato emocionado, Keidna pediu atenção para doações apenas feitas por meio de canais oficiais da família. “É doloroso ver que, em um momento tão difícil, ainda exista gente que queira se beneficiar da dor dos outros”, declarou.
A situação provocou indignação entre os amigos e companheiros de farda, que estão organizando apoio para o policial e seus entes queridos nesse processo complicado de recuperação.
O disparo perfurou a fuselagem do helicóptero e atingiu Felipe na cabeça, obrigando a equipe a pousar de emergência. Desde então, ele trava uma batalha pela vida, tornando-se símbolo da coragem e da dedicação dos agentes que atuam nas regiões mais violentas do estado.
O contexto é marcado pelo aumento da violência nas operações policiais. O oficial civil foi ferido em março durante uma ação de apoio aéreo. Em outubro último, quatro policiais perderam a vida em uma grande operação nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 115 mortes.
O caso representa o limiar entre bravura e risco extremo. A bordo do helicóptero policial, Felipe Marques personificava a ponta da tecnologia e da estratégia em segurança pública, mas foi gravemente ferido, demonstrando que mesmo o céu do Rio de Janeiro não é lugar seguro.
Enquanto ele segue enfrentando a luta pela recuperação, o estado contabiliza perdas e ressurge questionamentos: por quanto tempo os agentes públicos precisarão arriscar a vida? E quanto tempo a população viverá entre o medo do crime e o som das operações policiais?
Felipe está sustentado pelo amor da família, pelo apoio dos colegas e por uma corrente de solidariedade que tomou conta das redes sociais. Sua melhora é vista como sinal de resistência e a lembrança de que por trás do uniforme existem vidas e histórias que não devem ser ignoradas.
