A técnica de enfermagem Ana Paula Veloso Fernandes, contratada por Michele Paiva da Silva, 42 anos, para envenenar o pai dela com uma feijoada, admitiu à Polícia Civil do Rio de Janeiro ter tirado a vida de outras três pessoas.
Segundo as investigações, ela é suspeita de ser responsável por pelo menos quatro assassinatos, envolvendo o proprietário da casa onde vivia, um policial militar com quem teve um relacionamento, o pai de uma amiga no Rio de Janeiro e um homem tunisiano.
Conforme as autoridades, Ana Paula utilizava veneno em refeições e sobremesas para cometer os crimes e, em certas ocasiões, tentava incriminar terceiros.
Em seu depoimento, Ana Paula detalhou um caso violento: “Colaborei com uma amiga para matar o pai dela. Após uma discussão, pedi para as crianças irem para o quarto. Quando ele se sentou no sofá, me aproximei e o esfolei com uma facada na axila”.
Ana Paula e Michele foram detidas na terça-feira (7/10) na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. A filha de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, estudante de Direito, foi capturada na porta da faculdade, localizada no Engenho Novo, Zona Norte da capital, em função do assassinato de seu pai em abril.
O laudo de óbito de Neil indicou insuficiência respiratória aguda, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva; entretanto, o corpo será exumado para tentar confirmar a hipótese de envenenamento.
Uso de veneno e perfil do acusado
O delegado Halisson Ideiao, responsável pela apuração, classificou Ana Paula como uma “psicopata”. Ele explicou que a mulher revelou ter envenenado dez cachorros com chumbinho para testar os efeitos tóxicos antes de aplicar o veneno nas vítimas humanas.
Durante as investigações, os agentes encontraram terbufós, um agrotóxico semelhante ao chumbinho, na residência da suspeita. Halisson acrescentou que Ana Paula utilizou seus conhecimentos na área da saúde para calcular corretamente a dosagem e o tempo de ação da substância tóxica.