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quinta-feira, 07/08/2025

MT: 563 trabalhadores são resgatados de condições de trabalho análogas à escravidão

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Uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 563 trabalhadores em condições similares à escravidão, na quarta-feira (6/8), em Porto Alegre do Norte (MT). Os trabalhadores estavam em uma obra da construtora Tao.

Segundo o MPT, as condições nos alojamentos e nos locais de trabalho eram precárias. Além disso, foram identificadas diversas infrações às normas de saúde e segurança do trabalho.

“Os operários dormiam em quartos muito quentes, com apenas um ventilador para quatro pessoas, recebendo somente um lençol fino para colchões velhos e de má qualidade. Não tinham travesseiros, fronhas ou roupas de cama apropriadas. Também ocorria superlotação, com trabalhadores dormindo no chão ou debaixo de mesas quando não havia camas disponíveis”, descreve o MPT.

Os trabalhadores também eram forçados a cumprir horários irregulares. Operavam segundo o “sistema cartão 2”, trabalhando além da jornada diária contratual de 8 horas e 48 minutos, chegando a jornadas de até 22 horas, incluindo domingos e feriados.

A investigação sobre a construtora Tao começou após um incêndio que destruiu alojamentos em 20 de julho de 2025. O incidente expôs a situação crítica e as condições degradantes na construção de uma usina de etanol, levando a empresa a ser alvo do MPT.

A reportagem tentou contato com a construtora Tao, mas até o momento não obteve resposta.

Aliciamento de trabalhadores

Durante depoimentos ao MPT, os resgatados relataram que eram abordados por intermediários em suas cidades natais, que ofereciam trabalho na construtora. Os aliciadores pagavam a passagem até Porto Alegre do Norte, mas descontavam o valor do salário posteriormente.

“Aquilo que não conseguia aprovação no exame médico ou no processo seletivo ficava sem dinheiro para retornar para casa. A alimentação oferecida era inadequada e repetitiva, com relatos de trabalhadores sobre a presença de larvas e moscas na comida, além de alimentos mal conservados e reincorporados ao consumo”, contou um dos trabalhadores.

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