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domingo, 24/11/2024
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MPRJ mira viúva de Adriano da Nóbrega em ação contra movimentação de recursos ilícitos do miliciano; ela está foragida

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Operação Gárgula investiga ainda a família do capitão, morto em fevereiro de 2020 na Bahia.

Júlia Lotufo com Adriano da Nóbrega em foto de arquivo sem data — Foto: Reprodução

A Justiça também determinou o sequestro de R$ 8,4 milhões em bens, como um haras em Guapimirim.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também tentava cumprir 27 de busca e apreensão — dois eram contra irmãs do miliciano.

Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano e chefe do Escritório do Crime — Foto: Reprodução
Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano e chefe do Escritório do Crime — Foto: Reprodução.

Rede de agiotagem

 

Segundo a denúncia do MPRJ, sob comando de Adriano, os nove denunciados praticaram crimes de agiotagem e lavagem de dinheiro em favor do miliciano.

“Essas manobras visavam à ocultação e à dissimulação da origem do dinheiro ilegal obtido com os crimes perpetrados por Adriano”, diz o documento.

O MPRJ afirma que Júlia Lotufo, viúva de Adriano, era a responsável pela contabilidade e pela gestão financeira dos lucros das atividades criminosas — como a liderança da milícia de Rio das Pedras.

Júlia também controlava, segundo a denúncia, os valores destinados para empréstimos.

Os promotores afirmam que, entre 2017 e o início de 2020, os nove denunciados, sob as ordens de Adriano, concediam empréstimos a juros de até 22%, utilizando-se de empresas de fachada.

Uma dessas firmas era a Cred Tech Negócios Financeiros LTDA, da qual o PM Rodrigo Bittencourt — preso nesta segunda-feira — era sócio. A companhia de fachada movimentou, entre 1º de agosto de 2019 a 28 de abril de 2020, R$ 3,6 milhões.

Segundo as investigações, bens de quem acabava devendo à Cred Tech eram confiscados e passados para o nome de dois laranjas.

PM morto era braço direito

O sargento Luiz Carlos Felipe Martins, morto no último sábado (19), é descrito na denúncia como homem de confiança de Adriano. Segundo o MP, Orelha o auxiliava na administração dos valores que seriam colocados para empréstimos a juros exorbitantes.

Orelha também era responsável por levar valores a familiares e prestadores de serviços de Adriano e pelo pagamento das despesas pessoais do patrão com aluguel, carros e cartões de crédito. A ação penal será extinta em relação a ele.

Milícia e assassinatos

 

O MP afirma que Adriano chefiava a milícia de Rio das Pedras e integrava o consórcio de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime.

A TV Globo apurou que, no espólio de Adriano, constam:

  • restaurantes;
  • postos de gasolina;
  • gado;
  • cavalos de raça;
  • áreas rurais;
  • imóveis;
  • carros.

 

Esses bens, segundo as investigações, foram adquiridos com a lavagem de dinheiro de diferentes atividades criminosas:

  • mortes por encomenda;
  • grilagem de terras;
  • construção ilegal de imóveis;
  • agiotagem;
  • exploração de caça-níqueis;
  • cobrança de ágio na água e no gás, vendidos sob monopólio.

 

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