O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou com recurso contra decisão da 7ª Vara Criminal de Brasília no processo que investiga o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, por manipular resultados esportivos.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) solicitam que a Justiça revise a decisão que não aceitou a denúncia referida aos crimes de fraude e indeferiu o pedido do MPDFT para adotar medidas cautelares, como a suspensão de qualquer atividade econômica ou financeira relacionada a apostas esportivas e a imposição de fiança de R$ 2 milhões.
Em 25 de julho, Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, foram formalmente acusados por fraude em apostas esportivas. Todavia, o juiz Fernando Brandini Barbagalo só admitiu parcialmente a denúncia do MPDFT.
Os promotores insistem no recurso, reiterando os pedidos originais. Eles argumentam que as medidas cautelares são necessárias, pois manter os acusados com acesso às apostas esportivas aumenta o risco de novas infrações.
O MPDFT afirmou que sua intenção é retirar os acusados do ambiente que lhes permitiu praticar os crimes, evitando que façam contratos pessoais com casas de apostas, que foram o meio para o cometimento das infrações e o ganho ilegal.
O recurso pede que a decisão seja modificada para incluir a denúncia por fraude, a imposição da fiança, a suspensão de toda atividade econômica ligada a apostas esportivas, inclusive contratos pessoais de patrocínio, e a proibição de abrir contas e realizar apostas em plataformas autorizadas no Brasil.
Os réus, Bruno Henrique e Wander Nunes Pinto Júnior, agora respondem criminalmente por manipulação de resultados esportivos, crime que pode levar à prisão de dois a seis anos, além de multa. A denúncia contra os demais investigados foi rejeitada.
De acordo com a denúncia, Bruno Henrique, incentivado pelo irmão, forçou a aplicação de um cartão amarelo na partida entre Flamengo e Santos, como parte do esquema fraudulento. O irmão teria informado familiares e apostadores sobre a jogada antes da partida, permitindo apostas direcionadas a esse evento específico.
Investigadores observaram que as contas que fizeram essas apostas suspeitas foram criadas recentemente, o que sugere intenção deliberada de manipular os resultados para ganho pessoal. A maioria das apostas foi realizada no mercado de cartões especificamente para que Bruno Henrique fosse punido com cartão amarelo.
O MPDFT sustenta que o jogador teria combinado a infração para beneficiar apostadores, conforme indiciamento da Polícia Federal, o qual também aponta o envolvimento de outras pessoas no esquema.