Os recentes movimentos de Donald Trump evidenciam que a mobilização militar dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe tem como alvo principal o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O que está acontecendo?
Embora contestado pelo mundo, Nicolás Maduro é acusado de ser o líder do cartel de Los Soles, grupo que os EUA classificaram recentemente como organização terrorista internacional. Essa classificação, que afeta também outras organizações, permite que os EUA justifiquem operações militares em outros países.
Em meio às acusações contra o presidente venezuelano, Trump ordenou uma movimentação militar na América Latina com o propósito declarado de combater os cartéis de drogas que atuam na região. Contudo, há o receio de que essa luta contra o “narcoterrorismo” possa se transformar numa ação direta contra a Venezuela.
Há meses, o líder venezuelano é tido como chefe do cartel de Los Soles, que foi proibido pelos Estados Unidos como organização terrorista internacional. A última medida de Trump, anunciada no final de semana, aumentou a pressão sobre a Venezuela de Maduro. No sábado (29/11), o presidente americano declarou o fechamento do espaço aéreo venezuelano para companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e de pessoas.
Essa decisão indica a possibilidade de operações militares no território venezuelano, por ar ou terra, já que o bloqueio do espaço aéreo geralmente está associado a situações de conflito militar.
Mobilização militar e a Operação Lança do Sul
Com a justificativa de combater o “narcoterrorismo”, os EUA começaram uma movimentação bélica na América Latina e Caribe em agosto, enviando uma frota de navios de guerra, incluindo o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford.
Esta operação inclui o submarino nuclear USS Newport News, caças F-35 estacionados em Porto Rico e fuzileiros navais que vêm realizando treinamentos que sugerem um possível ataque terrestre na região, além dos já realizados pelo mar.
Desde a alocação dessas forças próximo à costa venezuelana, a administração Trump anunciou 22 bombardeios contra embarcações no Caribe e no Pacífico, alegando sem provas que elas estariam envolvidas com o tráfico de drogas, o que justificaria os ataques.
Para intensificar seus esforços, Trump também ordenou a operação militar na América Latina batizada de Lança do Sul, que ainda não foi oficialmente iniciada.
Diálogo e acusações mútuas
Apesar da pressão militar, Trump afirmou ter conversado com Maduro sobre a crise regional, sem fornecer detalhes sobre o conteúdo do diálogo.
Na mídia americana, foi noticiado que o líder venezuelano teria recebido um ultimato para deixar o país junto com sua família e aliados do governo para evitar medidas mais severas contra a Venezuela. Até o momento, o governo venezuelano não confirmou tal contato.
Maduro acusa Trump de usar a suposta luta contra o tráfico para justificar uma intervenção na Venezuela, alegando que a verdadeira intenção é se apossar das vastas reservas de petróleo do país.

