O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pretende deixar para agosto a escolha do relator da Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) que apura as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Essa decisão foi informada às lideranças da Câmara em reunião realizada na terça-feira (8/7), com participação dos líderes governistas e da oposição, que é a principal proponente da comissão.
Agora, Hugo Motta precisa alinhar a questão com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O objetivo é discutir a possibilidade de adiar a indicação do relator, o que daria mais tempo para negociações internas e evitaria causar controvérsia em um momento de aproximação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Não há pressa para a definição do relator, pois a CPMI deve ser oficialmente instaurada apenas no segundo semestre. A oposição concordou em adiar a instalação por conta do recesso parlamentar, garantindo que a comissão poderá funcionar em sua totalidade dentro do prazo previsto.
Espera-se que o relator escolhido tenha alinhamento com a oposição, equilibrando a presidência do colegiado, que será ocupada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). Isso porque é comum que a presidência e a relatoria em comissões de inquérito sejam distribuídas entre diferentes forças políticas para manter o equilíbrio.
Entre os nomes para a relatoria está a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que, junto com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), liderou o processo para criação da CPMI. Porém, alguns membros da oposição consideram que ela tem pouca experiência para assumir o cargo e enfrentar o senador Omar Aziz.
Alternativas mencionadas pela oposição incluem o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e a ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Caroline de Toni (PL-SC). Também não está descartada a indicação de um nome do Centrão com afinidade ao bolsonarismo.