Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que não houve traição ao governo na votação que anulou o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele afirmou ter informado o Executivo desde o início que a aprovação do aumento do imposto seria difícil no Congresso. Essas declarações foram feitas em um vídeo curto publicado no Instagram na manhã desta segunda-feira, 30.
No vídeo, um narrador cita como falsa a ideia de que o Congresso não se importa com o povo ou que o governo foi surpreendido. Motta aparece dizendo: “Quem incentiva a divisão entre nós e eles acaba governando contra todos”. Em seguida, citou os 383 votos a favor da derrubada do IOF, vindos tanto de deputados de esquerda quanto de direita, destacando que o imposto impacta toda a economia.
Motta pontuou que a polarização política brasileira tem causado desgaste, e que agora tentam criar uma divisão social. Ele também lembrou que, na mesma sessão que anulou o decreto do IOF, foram aprovadas medidas propostas pelo governo, como o consignado privado e a medida provisória do Fundo Social.
O parlamentar afirmou que havia alertado o governo sobre o risco da aprovação do imposto, ressaltando que não serve a interesses partidários. “Um líder que vê um perigo e não avisa não é leal, é conivente. Avisamos que o IOF teria dificuldade para passar. O presidente de qualquer Poder deve servir ao País, não a um partido”, declarou.
Além disso, o deputado disse que sua atuação na Câmara é pautada pela avaliação das propostas: “Se uma ideia for ruim para o Brasil, eu mostro minha discordância. Se for boa, dou apoio para que ela alcance todo o País. Ser de centro é não ter preconceito, não ausência de opinião”.
A Câmara anulou o decreto na quarta-feira, 25 de junho. Motta informou na véspera pela rede social X que pautaria a votação. O sistema Broadcast Político apurou que líderes partidários próximos a ele já discutiam a possibilidade da votação, mas o aviso oficial foi dado via grupo no WhatsApp após o anúncio no X.