O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta-feira (11/12) que não tinha ciência de que o protocolo usado por ele para encerrar a sessão de terça-feira (9/12) implicava na retirada dos jornalistas do plenário.
Essa explicação foi dada durante encontro com o comitê de imprensa da Câmara para esclarecer os fatos relativos à agressão sofrida por jornalistas e a paralisação da transmissão da TV Câmara no meio do tumulto causado pela remoção forçada do deputado Glauber Braga (PSol-RJ) da Mesa Diretora.
Segundo o relato apresentado pelo comitê, o presidente da Câmara tentou inicialmente persuadir Glauber a desocupar a cadeira da presidência e seguir até o gabinete para discutir a questão da possível cassação. Após a recusa, Motta entrou em contato diversas vezes com o primeiro-secretário, Carlos Veras (PT-PE), que estava junto com Glauber no plenário. Prevendo possíveis distúrbios semelhantes ao motim bolsonarista de agosto, Motta decidiu pela remoção compulsória do parlamentar.
Motta negou ter ordenado o corte da transmissão da TV Câmara, afirmando que apenas determinou a suspensão da sessão, o que automaticamente resultou na interrupção da transmissão. Após isso, a emissora passou a exibir os trabalhos da Comissão de Saúde, conforme a prática habitual.
Sobre a retirada dos jornalistas, Motta explicou que a recusa de Glauber em deixar a Mesa ativou um protocolo de segurança do Departamento de Polícia Legislativa que determina o esvaziamento completo do plenário. Ele destacou que desconhecia que essa medida também impactava a permanência da imprensa no local.
Ao tomar ciência disso, solicitou ao Depol que permitisse o retorno dos jornalistas, mas isso não foi possível devido às normas vigentes. Motta pretende revisar as regras para evitar restrições ao trabalho da imprensa tanto no plenário quanto na galeria, conforme divulgado pelo comitê de imprensa.

