Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, contratou cinco familiares de funcionárias fantasmas para trabalhar em seu gabinete. Essas funcionárias eram acusadas de não cumprir suas funções no Legislativo, com rotinas incompatíveis com o cargo.
Duas das três servidoras fantasmas foram demitidas após a reportagem questionar Hugo Motta. Uma delas, a fisioterapeuta Gabriela Pagidis, trabalhava em clínicas no Distrito Federal enquanto recebia salário da Câmara. A outra, Monique Magno, acumulava o cargo no gabinete com um emprego na Prefeitura de João Pessoa, o que é proibido.
Além delas, foram contratados no gabinete parentes dessas funcionárias, incluindo mãe, tia, irmão e primo, que estiveram na folha de pagamento nos últimos anos. A mãe de Gabriela, Athina Pagidis, foi chefe de gabinete e trabalhou lá desde o início do mandato de Hugo Motta.
Outros familiares, como a tia e irmã de Gabriela e o filho da tia, também foram contratados simultaneamente. Gabriela foi demitida em agosto, e Felipe Pagidis, primo de Gabriela, atualmente trabalha para outro deputado.
Monique Magno, que acumulava cargos, foi contratada em 2019 e recebe um salário na Câmara, além de trabalhar como assistente social na Prefeitura com um horário que conflitava com suas funções legislativas. Ela também foi demitida após pressão da reportagem.
A mãe de Monique, a advogada Marcia Agra de Souza, também trabalhou no gabinete de Hugo Motta anos atrás e atualmente está vinculada a outro deputado.
Hugo Motta afirmou que zela pelo cumprimento das obrigações dos seus funcionários, incluindo aqueles que atuam remotamente e têm regras diferenciadas.