O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), planeja adiar a votação do projeto de anistia para encontrar um entendimento com o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), antes de levar o tema ao plenário.
Motta e os líderes do Centrão, por enquanto, rejeitam a ideia de uma anistia ampla e irrestrita, conforme defendido pela oposição, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.
Aliados de Motta acreditam que o projeto avançará nas próximas semanas para superar o impasse, mas o presidente da Câmara poderá sair politicamente desgastado tanto com o Supremo e o governo quanto com a oposição, embora considere o desgaste junto à oposição menos oneroso.
Em encontro que não constava nas agendas oficiais, Motta se reuniu nesta segunda-feira (15/9) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto.
Desafio com Alcolumbre
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, declarou que, caso a anistia seja pauta, a autoria será dele. Aliados de Motta avaliam que os líderes das duas Casas não estão alinhados, considerando que Alcolumbre pode barrar a proposta aprovada na Câmara.
Discussão na reunião de líderes
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL, quer levar o tema à reunião de líderes na terça-feira (16/9) e colocar em pauta o requerimento de urgência e a proposta na mesma semana.
O deputado rejeita o apoio da oposição a uma anistia moderada e mantém a defesa de uma anistia ampla e irrestrita, o que poderia perdoar todos os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro — desde supostos participantes diretos até os possíveis mentores e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, sem limitações quanto ao tipo de crime ou responsabilidade.