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quarta-feira, 03/09/2025

Motta avalia projeto de anistia após pressão de líderes

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CAROLINA LINHARES, MARIANNA HOLANDA e VICTORIA AZEVEDO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que anteriormente resistia em tratar da anistia aos acusados de golpismo, afirmou nesta terça-feira (2) que está reconsiderando o assunto devido à pressão dos líderes partidários.

“Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e vamos discutir mais. […] O número de líderes pedindo aumentou”, disse ele.

No contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF, que começou nesta terça, a questão da anistia ganhou força esta semana, com articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e dirigentes do centrão apoiando o tema.

Depois da reunião dos líderes nesta terça, foi decidido que o projeto de anistia não será votado esta semana, mas pode ser incluído na pauta após o fim do julgamento, previsto para dia 12.

Hugo Motta também mencionou que conversou rapidamente com Tarcísio por telefone e que um encontro mais detalhado pode acontecer mais tarde.

Líderes partidários indicam que a postura de Motta mudou: de desinteresse para preparar o terreno para a votação. Alguns afirmam que a anistia pode entrar na pauta da próxima reunião de líderes, na semana que vem.

“Já comuniquei aos líderes que a maioria está formada. Lindbergh Farias (líder do PT) não gostou e ficou chateado, mas já foi avisado que o tema será pautado. Quando exatamente, não sei se será após o julgamento, mas é o que sinto”, explicou Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL.

Na quinta-feira (4), está prevista uma nova reunião entre Hugo Motta e Sóstenes para discutir o perdão aos golpistas. Lindbergh atribui o avanço da anistia à articulação de Tarcísio de Freitas, que busca consolidar sua candidatura presidencial junto ao centrão e ao bolsonarismo.

O petista também afirmou que a situação se tornou séria, com mudança de tom e intensidade na discussão, indicando que a anistia deve ser analisada em plenário. “Houve um movimento com a presença do governador de São Paulo. Parece que querem pautar mesmo”, disse.

Porém, Lindbergh reforça que a anistia é inconstitucional e seria um erro o Congresso aprová-la. “Para nós, seria uma irresponsabilidade que agravaria a crise institucional no Brasil, pois essa movimentação ocorre no primeiro dia do julgamento de Bolsonaro. É um desrespeito. No dia em que julgamos a trama golpista, parece que querem anular tudo no Parlamento”, acrescentou.

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