O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (19/11) que o governo terá que se explicar para a sociedade brasileira por ter votado contra o Projeto de Lei (PL) Antifacção, que foi aprovado na noite anterior por ampla maioria, com 370 votos favoráveis e 110 contrários.
Motta destacou em entrevista que é essencial que o governo esclareça sua posição, pois o importante para os cidadãos é entender o impacto prático e as melhorias que a lei trará para a segurança pública no país.
O chefe da Câmara classificou como um equívoco a postura do governo ao rejeitar a proposta. Tentativas governistas de adiar a votação ou de manter a versão original do projeto enviado pelo presidente Lula foram infrutíferas.
Motta frisou que ir contra o projeto é contrariar um desejo da sociedade, pois as pessoas buscam segurança para suas famílias, querem poder circular livremente e se libertar das organizações criminosas que atualmente dominam áreas onde o Estado não consegue atuar eficazmente.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou sua crítica ao PL Antifacção, argumentando que o texto atual prejudica financeiramente a Polícia Federal e não afeta o crime organizado. Ele classificou a aprovação do projeto pela Câmara como uma situação delicada para o país.
Em resposta, Hugo Motta enfatizou que o governo enfrentará grande dificuldade para criar uma narrativa contrária a um projeto que agrada a maioria da população. Ele respeita os que divergiram ou votaram contra, mas ressaltou que faltou humildade para reconhecer tecnicamente os avanços incorporados ao texto, inclusive aqueles solicitados pelo ministro da Fazenda e atendidos pelo relator.
