Os celulares da linha Motorola Edge chegam para integrar segmento topo de linha empresa
A Motorola, que pertence à chinesa Lenovo, voltou a competir contra iPhones com dois novos smartphones chamados Motorola Edge e Motorola Edge+. Os dispositivos têm sistema operacional Android, processador octa-core da Qualcomm de última geração e câmera traseira tripla.
Os dois celulares são compatíveis com a rede móvel 5G, que pode ser utilizada em países como Estados Unidos, China e Coreia do Sul, mas que ainda não está disponível no Brasil.
As telas dos dispositivos têm tamanho de 6,7 polegadas com curvatura nas laterais, assim como acontece no concorrente Galaxy S20, da sul-coreana Samsung.
O modelo Edge+ é o mais sofisticado. Ele tem bateria com capacidade de 5.000 mAh que a fabricante diz ter até dois dias de autonomia com uma única carga. A câmera tripla pode tirar fotos de até 108 megapixels de resolução. Com ela, é possível capturar retratos com a câmera telefoto, imagens muito próximas (lente macro) ou abertas como as de uma GoPro, com ângulo de captura médio de 120 graus. O processador do aparelho é um Snapdragon 865. Completam o conjunto a memória de 256 GB e a RAM de 12 GB.
O Motorola Edge é um pouco mais simples. Ele tem bateria de 4.500 mAh; câmera tripla que captura imagens de até 64 megapixels; 6 GB de RAM; 128 GB de memória; e processador Snapdragon 765, que pertence a uma linha de chips de menor performance do que os da família 800 da Qualcomm. A Motorola informa que a autonomia de bateria estimada do produto também é de dois dias.
Os produtos ainda não têm previsão de lançamento ou preços divulgados para o mercado brasileiro. No entanto, a Motorola informa que produzirá os aparelhos no Brasil, apesar da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus.
A família Edge é a primeira topo de linha lançada pela Motorola nos últimos anos no Brasil. Em busca de lucratividade, a companhia havia deixado o segmento para se voltar ao de intermediários, especialmente com o Moto G e os novos Motorola One. Antes do Edge, o último topo de linha a ser lançado no Brasil havia sido o Moto Z2 Force. O Z3, de 2018, não chegou ao mercado nacional.
A Motorola é a segunda empresa que mais vende smartphones no Brasil, atrás apenas da sul-coreana Samsung. Mas os aparelhos da Motorola se concentram num segmento de dispositivos intermediários-avançados. É uma categoria em que os telefones custam entre 1.000 e 2.000 reais. Com o novo Motorola Edgde, o plano é brigar pelo mercado de smartphones mais avançados – e mais caros –, que têm uma margem de lucro maior.
Comprada em 2014 pela chinesa Lenovo, a Motorola deixou de competir no segmento topo de linha no Brasil em 2017. Naquele ano, a empresa lançou seu último produto da categoria no país, o Moto Z2 Force, que tinha uma tela ultra resistente que não quebrava. Outros aparelhos avançados lançados posteriormente não chegaram ao Brasil, como foi o caso do Moto Z3, de 2018.
Os novos celulares da Motorola chegam num momento em que a pandemia do novo coronavírus tende a causar uma queda nas vendas de produtos eletrônicos no mundo, devido à redução do consumo. Na semana passada, a Apple foi na contramão da Motorola e lançou um novo modelo do iPhone com preço menor.
A crise da covid-19 veio num momento em que a Motorola vinha conquistando resultados positivos. Nos últimos três meses de 2019, a unidade de dispositivos móveis da Lenovo, que engloba a Motorola, registrou lucro pelo quinto trimestre consecutivo, depois de anos no prejuízo. Na América Latina, as vendas da Motorola cresceram 19 pontos percentuais acima da média do mercado.