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quinta-feira, 11/12/2025

Motoristas param e recolhem ônibus em São Paulo após atraso no pagamento do 13º

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Em Brasília

BRUNO LUCCA, FÁBIO PESCARINI E CARLOS PETROCILO
FOLHAPRESS

Motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo começaram uma paralisação depois que as empresas responsáveis atrasaram o pagamento do 13º salário. O protesto iniciou na tarde de terça-feira, 9 de dezembro, e várias empresas foram aderindo à greve ao longo do dia.

Por causa da greve, a prefeitura decidiu suspender o rodízio de veículos na cidade na mesma tarde. A situação gerou um conflito de versões entre a prefeitura e as empresas de ônibus.

De manhã, as empresas enviaram uma carta ao sindicato dos motoristas e trabalhadores do transporte rodoviário urbano solicitando mais tempo para pagar o 13º salário, que estava previsto para ser pago até sexta-feira, 12 de dezembro. A proposta desagradou parte dos funcionários, que começaram a recolher os ônibus para as garagens e pararam o atendimento ao público.

O sindicato pretende realizar assembleias na madrugada de quarta-feira, 10 de dezembro, para discutir o pedido das empresas e há possibilidade de uma greve formal ser votada.

A paralisação começou na garagem da viação Sambaíba, no Tremembé, zona norte da capital. Em estações como a do Tucuruvi, os passageiros foram informados sobre a situação. Também faltaram ônibus em terminais como o Grajaú e Campo Limpo, na zona sul, onde parte da frota é operada pela SPTrans, que é controlada pela prefeitura.

Outras empresas, como Campo Belo, KBPX, Mobibrasil e Viação Sudeste, que atendem regiões da cidade, também tiveram ônibus recolhidos. Em grupos no WhatsApp, motoristas recebem orientação dos líderes sindicais para obrigar passageiros a descerem dos veículos.

A paralisação impactou toda a cidade rapidamente. No terminal Parque Dom Pedro 2º, um dos maiores da cidade, passageiros esperavam mesmo sabendo que os ônibus não chegariam, e em algumas linhas o serviço ficou parado por mais de uma hora.

Muitos moradores têm optado pelo metrô para voltar para casa, e a estação da Sé, no centro, enfrentou filas longas. Por causa do excesso de passageiros, o acesso por escadas rolantes na estação Vila Prudente, da linha 15-prata do monotrilho, foi interrompido temporariamente.

Conflito entre sindicatos e empresas

O sindicato dos motoristas diz que o atraso no pagamento do 13º está ligado à revisão dos contratos das empresas de ônibus, que será julgada nesta quarta-feira pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).

O sindicato das empresas de transporte, SPUrbanus, afirma que mantém diálogo com a Secretaria de Mobilidade Urbana para resolver a questão e evitar movimentos que prejudiquem a população. Em nota, as empresas dizem que estão fazendo esforços para cumprir suas obrigações trabalhistas, inclusive solicitando prazo maior para pagar o 13º salário, dentro do que a lei permite.

A Prefeitura de São Paulo declarou que os repasses às empresas estão em dia e que o pagamento do 13º é responsabilidade exclusiva das concessionárias. A prefeitura registrou boletim de ocorrência contra as empresas por realizarem uma paralisação sem aviso, considerada ilegal.

O prefeito Ricardo Nunes afirmou em vídeo que o reajuste dos contratos não interfere na obrigação das empresas em pagar seus funcionários no prazo correto. Ele também disse que tratará diretamente com os empresários que ele considera irresponsáveis.

Na semana anterior, ao ser questionado sobre possível aumento no preço das passagens a partir de janeiro, Nunes disse que a revisão dos contratos pode influenciar nessa decisão, mas ainda é cedo para falar sobre o assunto.

Problemas também no transporte ferroviário

Além da greve dos ônibus, a linha 11-coral da CPTM apresentou uma falha de sinalização entre Palmeiras-Barra Funda e Luz por volta das 14h55. Equipes de manutenção atuaram para resolver o problema, e alguns trens operaram apenas até a estação Luz.

Os trens do Expresso Aeroporto também operaram até a estação da Luz desde as 16h, sem alterações nos horários durante o pico. A CPTM pediu desculpas pelos transtornos causados aos usuários.

Com tantos problemas, o uso de carros por aplicativo aumentou, elevando os preços devido ao sistema de tarifa dinâmica, que aumenta os valores conforme a demanda.

Dados sobre o transporte de ônibus em São Paulo

  • 7,3 milhões de passageiros por dia útil
  • 13.277 ônibus em circulação
  • 1.320 linhas operando na cidade

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