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quarta-feira, 24/09/2025

Mosquitos Wolbachia são liberados no DF para combater dengue

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Antes das 7h desta quarta-feira (24), equipes da Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) começaram a soltar mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, chamados de wolbitos, para ajudar a combater doenças como dengue, zika e chikungunya. A operação iniciou na biofábrica do Guará, de onde os caixas com os insetos foram enviados para dez regiões administrativas do Distrito Federal e dois municípios de Goiás.

Os wolbitos foram soltos em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã, além de Luziânia e Valparaíso, em Goiás.

Segundo o chefe do Núcleo de Controle Químico e Biológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), Anderson Leocadio, essa ação requer um planejamento detalhado.

“Todo o trabalho foi cuidadosamente planejado para alcançar cada comunidade. Não é só soltar mosquitos, é uma forma nova de proteger a população”, explicou ele.

Os agentes utilizam um sistema de mapeamento para anotar os pontos de soltura. Depois que os potes são usados, eles voltam para a fábrica para limpeza e reutilização. No dia seguinte, o processo é repetido em novos locais mapeados.

Moradores aprovam a iniciativa

Para muitos moradores, essa novidade traz esperança no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Caleb Ferreira, 23 anos, da Estrutural, gostou da ação:

“Achei muito interessante. Eu nunca tinha ouvido falar nisso. Minha mãe teve dengue e quase morreu. Desde então, redobramos os cuidados, sempre virando pneus e verificando as calhas”, contou.

Método Wolbachia

A bactéria Wolbachia, que existe naturalmente, é segura para pessoas, animais e o meio ambiente. Ela impede que o mosquito desenvolva os vírus da dengue, zika e chikungunya, bloqueando a transmissão dessas doenças.

Os mosquitos infectados com Wolbachia se cruzam com os selvagens, passando a bactéria para as próximas gerações. Quando um macho infectado cruza com uma fêmea sem infecção, não nascem filhotes, o que ajuda a reduzir a população que transmite as doenças.

Esse método já mostrou bons resultados: em Niterói (RJ), a presença dos wolbitos diminuiu os casos de dengue em mais de 80%.

Etapas da operação

Os ovos dos mosquitos vêm de Curitiba (PR) e passam por um processo de criação controlada, que dura entre sete e 14 dias na biofábrica do Guará, até os mosquitos se tornarem adultos. Depois, eles são entregues para as equipes de campo para serem liberados.

Após a fase de soltura terminar, será feito um monitoramento para avaliar a redução dos casos da doença.

Apesar dos avanços, a Secretaria de Saúde alerta que o método não substitui as formas tradicionais de prevenção, como eliminar água parada e usar repelente.

“Os wolbitos são uma ferramenta importante, mas a população precisa continuar tomando medidas de proteção”, reforçou Anderson Leocadio.

Informações fornecidas pela Secretaria de Saúde

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