Moscou declarou que responderá com firmeza ao décimo nono conjunto de sanções econômicas adotadas pela União Europeia nesta sexta-feira (19/9). Essa ação visa pressionar a Rússia a negociar um cessar-fogo com a Ucrânia, após a agressão e o maior ataque aéreo registrado no país ucraniano, envolvendo mais de 800 mísseis e drones em uma única noite.
A possível retaliação foi anunciada pelo vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
“Mais um órgão quase judicial antirrusso visando extrair (da Rússia) compensação pelas supostas consequências da agressão contra Kiev. Nossa resposta contundente será rápida. A insensatez dos responsáveis por essas medidas não os isentará de responsabilidade ou retaliação”, afirmou Medvedev no canal Max.
Os novos castigos aplicados pela UE ocorrem em meio a uma escalada de ataques da Rússia contra a Ucrânia e países do bloco. Além do maior ataque à Ucrânia recentemente, que danificou infraestrutura, queimou áreas residenciais e causou duas mortes, o governo de Vladimir Putin lançou drones em espaços aéreos da Polônia e da Romênia, atos que ambos os países classificaram como agressão.
Medvedev classificou o anúncio das sanções como a criação de uma “estrutura russofóbica” dentro da UE. Por sua vez, a Comissão Europeia destaca que as medidas têm impacto, apontando queda de 90% na receita russa de petróleo, combinada com alta inflação e taxa de juros de 17%, sinalizando escassez de recursos.
“À medida que nos aproximamos da vitória definitiva contra os neonazistas de Kiev, essa entidade absurda, o Conselho da Europa, se afunda em seu próprio delírio. Nossa saída dessa organização discriminadora foi intencional. Agora, propõe-se uma comissão internacional para reivindicações contra a Ucrânia”, explicou Medvedev.
Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou a Europa a cessar a compra de petróleo russo, alertando que esse comércio enfraquece a posição europeia para negociar com Putin, pois permite que a Rússia mantenha seus lucros.
O novo pacote de sanções
A Comissão Europeia apresentou o décimo nono conjunto de sanções que visa setores cruciais para a sustentação do conflito na Ucrânia.
- Proibição da importação de gás natural liquefeito (GNL) russo no mercado europeu;
- Restrições mais rigorosas no uso de criptomoedas para evitar sanções;
- Inclusão de novos bancos russos na lista de bloqueio de operações financeiras.
Além disso, foi ajustado o limite do preço do petróleo bruto russo para US$ 47,6 por barril. Também foram punidos 118 navios associados à chamada “frota fantasma”, que Moscou utiliza para contornar o embargo energético.
