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segunda-feira, 01/09/2025

Mortes por câncer no intestino podem aumentar 36% até 2040

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A quantidade de mortes causadas pelo câncer no intestino deve subir 36,3% nos próximos 15 anos no Brasil. Essa informação vem do 9º boletim Info.oncollect, da Fundação do Câncer, divulgado no Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto.

O estudo mostra que, até 2040, o aumento de mortes será de 35% entre homens e 37,63% entre mulheres. A Região Sudeste deve registrar 34% mais óbitos, sendo a área com o maior número total de mortes.

Segundo o pesquisador coordenador Alfredo Scaff, a maioria dos casos só é descoberta quando a doença já está avançada.

“Em nossa pesquisa, 78% das pessoas que morreram foram diagnosticadas nos estágios 3 ou 4, o que dificulta muito a chance de cura”, alerta Scaff.

O câncer cresce lentamente, muitas vezes a partir de pequenos pontos que, com o tempo, viram tumores. Sinais de alerta incluem sangue nas fezes, mudanças no jeito das evacuações, dores na barriga e perda de peso sem motivo.

“Os dados mostram que tanto homens quanto mulheres receberam o diagnóstico quando o câncer já estava em estágio avançado”, completa Scaff.

Os cânceres de cólon e reto, que afetam o intestino, são o terceiro tipo mais comum no Brasil, com cerca de 45 mil novos casos a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer para 2023 a 2025.

Políticas públicas

Scaff destaca que a alta taxa de mortes indica falta de políticas para descobrir o câncer no começo. O diagnóstico pode ser feito com exame de sangue oculto nas fezes e colonoscopia.

“Em países com programas organizados de rastreamento, a chance de viver cinco anos após o diagnóstico passa de 65%. No Brasil, os índices são menores: 48,3% para câncer de cólon e 42,4% para câncer de reto, mostrando dificuldades no acesso a diagnóstico e tratamento precoces”, explica o coordenador.

Especialistas recomendam que homens e mulheres com 50 anos ou mais façam exames regulares, como o teste de sangue oculto nas fezes e colonoscopia quando indicado. Quem tem histórico familiar ou outras condições deve começar mais cedo, seguindo orientação médica.

“Para mudar essa realidade, é urgente que o Brasil tenha um programa nacional de rastreamento organizado. Diferente de outros tipos de câncer, como mama e colo do útero, ainda não há um sistema que chame sistematicamente as pessoas para exames do intestino, e isso precisa mudar. A responsabilidade é de todos”, reforça Scaff.

Informações da Agência Brasil.

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