26.5 C
Brasília
segunda-feira, 11/08/2025

Morte de jornalistas em Gaza provoca indignação mundial

Brasília
céu limpo
26.5 ° C
27.3 °
26.5 °
25 %
6.2kmh
0 %
seg
27 °
ter
29 °
qua
31 °
qui
30 °
sex
30 °

Em Brasília

Na segunda-feira (11/8), foi confirmada a morte de mais um jornalista na Faixa de Gaza, elevando para seis o número de profissionais da imprensa mortos em um ataque aéreo do Exército de Israel no domingo (10/8), que atingiu uma tenda da imprensa na entrada de um hospital.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou profunda indignação pelos assassinatos atribuídos a Israel, incluindo Anas al Sharif, correspondente renomado da emissora Al Jazeera, rotulado como “terrorista” pelo governo de Benjamin Netanyahu.

Anas al Sharif, com 28 anos, era muito conhecido entre os jornalistas da Al Jazeera que cobriam o conflito em Gaza. O Exército israelense afirmou que ele era o alvo principal do ataque, alegando que ele se disfarçava de jornalista para atuar como “terrorista”.

O Sindicato de Jornalistas Palestinos classificou o episódio como um “crime chocante”. A RSF expressou horror com a morte dos profissionais e destacou que Anas al Sharif era a voz que levava o sofrimento dos palestinos de Gaza ao mundo. Segundo a RSF, cerca de 200 jornalistas já foram mortos em Gaza desde que a guerra começou, há 22 meses.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o Catar, sede da Al Jazeera, também condenaram o ataque deliberado de Israel contra uma tenda usada pela equipe da emissora na Cidade de Gaza, onde cinco funcionários da Al Jazeera morreram.

Na segunda-feira, foi confirmado o falecimento do fotógrafo freelancer Mohammed al Khaldi, que colaborava com mídias locais. O diretor do hospital Al-Shifa, Mohammed Abu Salmiya, anunciou o falecimento do profissional, confirmado também pelo porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal.

Além de Anas al Sharif e Mohammed al Khaldi, os jornalistas mortos incluem o repórter Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.

Com o bloqueio em Gaza, a imprensa mundial depende da cobertura feita pelos jornalistas palestinos. Benjamin Netanyahu anunciou um plano para permitir que jornalistas estrangeiros trabalhem em Gaza acompanhados pelo Exército israelense, sem definir prazos.

Desde o início da guerra, a imprensa internacional não tem liberdade para atuar na Faixa de Gaza. Somente alguns veículos foram autorizados a entrar, acompanhados por soldados israelenses, mas sempre sob censura rigorosa.

Os funerais dos cinco profissionais da Al Jazeera ocorreram na manhã de segunda no cemitério Cheikh Redouane, na Cidade de Gaza, em meio a cenas emocionadas de familiares e amigos.

A Al Jazeera denunciou que o ataque representa uma tentativa de calar as vozes que denunciam a ocupação israelense. Dez correspondentes da emissora já foram mortos desde o início do conflito, iniciado após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Pouco antes de morrer, Anas al Sharif relatava bombardeios intensos em suas últimas publicações nas redes sociais, incluindo um vídeo com explosões à noite em Gaza.

O Exército israelense afirma que Anas al Sharif liderava uma célula terrorista no Hamas e organizava ataques com foguetes contra civis e militares israelenses. Israel divulgou imagens que supostamente mostram o jornalista associado a líderes do Hamas.

Em julho, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) acusou o Exército israelense de difamar Anas al Sharif, apresentando-o falsamente como membro do Hamas.

A Al Jazeera está proibida em Israel, com seus escritórios locais fechados em maio de 2024.

Veja Também