O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes requisitou a extradição de Eduardo Tagliaferro, seu antigo assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que está sob denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Tagliaferro encontra-se atualmente na Itália.
O pedido foi enviado ao Ministério da Justiça, que, por sua vez, encaminhou na quarta-feira (20/8) a solicitação ao Itamaraty para que seja formalmente apresentada ao governo italiano.
Eduardo Tagliaferro foi denunciado pela PGR por atos ilícitos ocorridos enquanto exercia função no gabinete do magistrado no TSE. Na acusação, feita por Paulo Gonet, ele é apontado por violar sigilo funcional, coação durante andamento de processo, obstrução de investigação relacionada a organização criminosa e tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito de forma violenta.
O ex-assessor é suspeito de ter divulgado mensagens trocadas entre membros da equipe de Alexandre de Moraes no STF e no TSE, no período de maio de 2023 a agosto de 2024, para o jornal Folha de S. Paulo.
Ele já havia sido formalmente investigado pela Polícia Federal em abril. Conforme detalhado pela PGR, Tagliaferro teria compartilhado dados protegidos, como petições e conversas internas entre servidores ligados ao ministro.
A gravidade dos atos denunciados aumenta dado que, durante o intervalo entre os fatos e a divulgação das informações, estavam em andamento diversas investigações na Suprema Corte relacionadas a atos antidemocráticos que culminaram nos eventos traumáticos de 08.01.2023. Entre essas apurações, estavam crimes praticados por organização criminosa ligada a tentativa de golpe de Estado e ataque ao Estado Democrático de Direito, disseminação de notícias falsas e atuação de milícias digitais, conforme destacou Paulo Gonet.