O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou neste sábado (13/9) que o tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira, membro do grupo conhecido como “kids pretos” e suspeito de envolvimento em um plano que supostamente incluía o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), saia da prisão para participar do enterro de sua sogra.
O velório e sepultamento ocorrerão em um cemitério na zona norte do Rio de Janeiro no domingo (14/9).
Moraes determinou que a viagem do militar seja acompanhada por escolta policial, de forma discreta e sem ostentação de armas. Ele está detido no Comando da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão do Exército, em Niterói (RJ), desde novembro de 2024, após uma operação da Polícia Federal (PF).
Em julho, foi divulgado que o ministro havia autorizado uma visita da sogra de Oliveira na prisão, já que a mulher de 63 anos enfrentava um câncer severo e estava muito debilitada.
Antes dessa autorização, o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do tenente-coronel foi recusado.
Ele faz parte do grupo denominado “núcleo 3” da conspiração golpista, também conhecido como “kids pretos”. Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR), os membros desse grupo faziam parte de uma organização criminosa que tinha como objetivo manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Segundo a acusação, em 28 de novembro de 2022, após a vitória de Lula nas eleições presidenciais, os envolvidos se reuniram para preparar uma carta de caráter golpista a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas.
A PGR também afirma que o grupo planejava ações para gerar um impacto social significativo, facilitando o avanço do plano golpista liderado por Bolsonaro e seus aliados.
Entre essas ações, estava o plano de assassinar, além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes.
Prisão
Rafael Martins foi detido na Operação Contragolpe, realizada em novembro de 2024 pela Polícia Federal, que desarticulou um grupo criminoso que planejava um golpe de Estado em 2022, liderado pelos militares conhecidos como “kids pretos”.
De acordo com a PF, o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo” tinha como objetivo eliminar Lula, Alckmin e Moraes. Essa ação minuciosamente planejada estava prevista para ocorrer em 15 de dezembro de 2022, pouco mais de um mês e meio após a eleição que consagrou a vitória de Lula sobre Bolsonaro.
Após concretizarem o golpe e os assassinatos, os “kids pretos” pretendiam criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, composto pelos próprios militares, para administrar as consequências das ações extremas adotadas—algo semelhante a uma junta militar para consolidar o golpe.
Os “kids pretos” são militares de uma unidade de elite do Exército Brasileiro, vinculada ao Comando de Operações Especiais (Copesp).