O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) acompanhe o processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que atualmente está na Itália.
O magistrado enviou um ofício ao advogado-geral da União, Jorge Messias, solicitando as medidas necessárias para o caso. Zambelli foi detida na Itália após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão por estar envolvida na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Considerando a notícia da prisão da ré condenada Carla Zambelli Salgado de Oliveira na República Italiana, oficie-se à Advocacia-Geral da União para que siga e adote as providências cabíveis e necessárias relativas ao processo de extradição da ré”, escreveu Moraes.
Da condenação à fuga
Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos e 8 meses de prisão e à perda do mandato por participação na invasão do sistema do CNJ.
Após a condenação, em entrevista coletiva, Zambelli mencionou problemas de saúde e afirmou que não sobreviveria na prisão. “Estou reunindo vários relatórios médicos que indicam que não suportaria o encarceramento”, declarou.
Em 23 de maio, a defesa de Zambelli entrou com embargos declaratórios contra a decisão condenatória.
Em 25 de maio, a deputada deixou o Brasil pela fronteira terrestre com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).
Em 3 de junho, já fora do país, Zambelli confirmou sua saída em entrevista ao canal Auriverde no YouTube, alegando que o motivo inicial da viagem foi procurar um tratamento médico que já estava em andamento, sem especificar detalhes.
Na terça-feira (29/7), Zambelli foi presa na Itália.
Além da condenação do STF, a parlamentar perdeu o mandato. Fiel aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo, passou a ser evitada por ele após as eleições de 2022, que ela é apontada como uma das responsáveis pela derrota eleitoral.
Zambelli tem 45 anos, nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, e é formada em Planejamento Estratégico Empresarial pela Universidade Nove de Julho (Uninove). Trabalhou na área até 2015, quando deixou a empresa KPMG para tratar um tumor cerebral.