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domingo, 17/08/2025

Moraes diz que políticos evitam regulamentar big techs por medo dos algoritmos

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CÉZAR FEITOZA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (14) que o Congresso Nacional não aprovou propostas para regular as redes sociais porque as grandes empresas de tecnologia manipulam algoritmos contra os políticos.

“Este é o grande problema das redes sociais: os algoritmos. Por que os políticos têm medo de votar uma lei? Porque as redes sociais orientam os algoritmos. Quando você busca sobre um deputado, só aparece notícia ruim, mas para quem apoia as redes sem regras, só aparece notícia boa. Os algoritmos são direcionados”, explicou.

Segundo o ministro, o STF estabeleceu um dever de cuidado das plataformas diante da inação do Congresso. Ele disse que a decisão da corte foi “mínima, mas com algumas restrições importantes”.

“Não existe autocontenção nas redes sociais. Não é mais aceitável permitir que adolescentes se machuquem por desafios online. Isso não é liberdade de expressão […] É preciso maior responsabilidade”, defendeu.

Alexandre de Moraes falou essas coisas durante uma conversa com influenciadores digitais na sede do STF, em Brasília. O encontro durou uma hora.

O STF convidou 26 criadores de conteúdo para uma visita de dois dias no projeto “Leis e Likes”. Entre eles estavam Antonio Tabet, Deia Freitas, Fred Nicácio, Yuri Marçal e Mizael Silva, humorista conhecido nas redes como “advogado do Xandão”.

Os influenciadores também se encontraram com os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, e do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia.

O grupo movimentou o STF. Mizael Silva andava pelos corredores gravando vídeos como se fosse seu primeiro encontro com o ministro Moraes. Os criadores eram estimulados a publicar em tempo real os passos da visita.

O ambiente descontraído permitiu que Moraes brincasse com os influenciadores. Na quarta-feira (13), ao encontrar seu autodenominado advogado, perguntou se Mizael falava inglês.

“Estou precisando de um advogado […] para me defender nos Estados Unidos”, disse o ministro, alvo de sanções do governo de Donald Trump.

Na quinta-feira, quando sugeriram que ele tirasse fotos com os criadores, Moraes perguntou se eles realmente queriam aparecer com ele.

“Tem que ver se eles querem. É um risco porque pode haver um drone americano”, brincou.

Moraes foi questionado por que o STF parece agir rápido no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto casos como fraudes no INSS demoram.

Ele explicou que o processo contra Bolsonaro está na fase final após cerca de dois anos de investigação. “O caso do INSS não tem nem seis meses”, disse. Também destacou que cada caso tem seu ritmo, dependendo do relator e das provas.

“Não há preferência para nenhum lado. Depende do procedimento, do relator e das provas. Às vezes a Procuradoria investiga por um ano; outras, por um mês”, comentou.

O ministro esclareceu que não cuida das investigações do INSS, que estão sob responsabilidade do ministro Dias Toffoli.

“Eu não sou relator de tudo. Gostaria, mas não sou”, disse Moraes, em tom de brincadeira.

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