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sexta-feira, 20/06/2025




Moraes defende prisão de líder de grupo golpista por 14 anos

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Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na última sexta-feira, 20, para que Diego Dias Ventura seja condenado a 14 anos de reclusão devido à sua participação nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Ventura foi identificado como um dos líderes do acampamento golpista instalado em frente ao quartel do Exército, em Brasília.

O voto de Moraes foi dado durante o julgamento virtual da acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Diego. Segundo o ministro, o réu teve papel fundamental na organização da logística do acampamento e esteve envolvido nas ações golpistas na Praça dos Três Poderes.

Além da pena de prisão, Moraes determinou que Diego Dias Ventura pague uma multa de R$ 30 milhões pelos prejuízos causados pela depredação, valor que será repartido entre os demais condenados pelas invasões.

“Após apuração formal, o telefone celular de Diego foi apreendido, revelando mensagens e áudios em grupos de WhatsApp, onde coordenava a logística do acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército, promovia arrecadação de fundos e planejava ações conjuntas”, explicou o ministro.

Na defesa apresentada em 28 de fevereiro de 2024, Diego Dias Ventura alegou que participou apenas de uma manifestação pacífica em Brasília, negando envolvimento em violência ou atos ilícitos, e afirmou que não existe prova suficiente para sua condenação. Ele havia sido preso em 2023, mas recuperou o direito de responder ao processo em liberdade.

Os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin ainda estão pendentes.

Quem é Diego Ventura

Diego Ventura foi identificado como um dos líderes da invasão ao Supremo Tribunal Federal durante os atos antidemocráticos em 8 de janeiro. Ele foi detido em julho de 2023 durante a Operação Lesa Pátria, que investigou ataques aos prédios dos Poderes da República. Na ocasião, Diego se dirigia à 3ª Assembleia Nacional da Direita Brasileira.

Considerado uma das figuras centrais dos protestos em Brasília, Ventura já havia sido detido pela Polícia Militar do Distrito Federal próximo ao Natal de 2022, juntamente com outras nove pessoas, enquanto se dirigiam ao Supremo portando objetos como estilingues, bolinhas de gude, facas e rádios transmissores. Todos foram liberados após a prisão.

Imagens divulgadas pela imprensa registraram Diego no dia 8 de janeiro chutando as grades de proteção do STF e, depois, dentro do prédio do Supremo, comemorando a ação. Ele estava acompanhado de Ana Priscilla Azevedo, uma das organizadoras do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, além de um grupo extremista ativo no Telegram.

Ventura se apresentou como líder do grupo Abrapa 01, que permaneceu acampado diante do QG do Exército. Em vídeos e publicações nas redes sociais, convocava apoiadores para aderir ao acampamento e arrecadava doações para manter a estrutura em Brasília.

“Aqueles que defendem os valores de Deus, Pátria, família, liberdade e democracia têm o direito de participar ou não das ações. Abandonar a luta é para covardes. O povo mostrou que é forte e capaz de se posicionar”, afirmou Ventura. “Lutar pelo que acreditamos é a atitude mais digna que um patriota pode ter.”




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