O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta sexta-feira (1º/8) que os familiares dos ministros têm sido alvos de ameaças e agressões que ele classificou como ações de “milicianos do submundo do crime”.
Na retomada das atividades do STF após o recesso, os ministros discutiram as sanções aplicadas pelos Estados Unidos. Durante a sessão, Moraes revelou que parentes dos ministros vêm sofrendo ataques e intimidações por meio de postagens em redes sociais.
Com a presença de sua esposa, a advogada Viviane Barci, no plenário, Moraes revelou pela primeira vez que os familiares estão sendo alvejados por “brasileiros que traem o país e continuam a fomentar ações hostis contra o Brasil”.
Moraes recebeu sanções do governo dos EUA em 30 de julho, respaldadas pela Lei Magnitsky. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, relacionou as medidas a uma suposta “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL). Em maio, Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, já indicava a possibilidade de Moraes ser afetado pela lei.
Essas sanções impactam os indivíduos principalmente em termos financeiros, como o bloqueio de bens e contas nos Estados Unidos. Moraes enfrenta acusações de impor censura via decisões judiciais e responde a processos movidos pela plataforma Rumble e pela Trump Media desde fevereiro.
Além disso, o ministro criticou grupos brasileiros no exterior por apoiar negociações desleais e traiçoeiras com autoridades estrangeiras para lesar a economia nacional. Ele advertiu que os ataques sofridos pelos familiares configuram “atos explícitos de traição ao Brasil” e qualificou as ameaças como “covardes” e de “ousadia criminosa”, que parecem não ter limites nas redes sociais.
Embora não tenha mencionado nomes, Moraes fez alusão às mensagens do deputado Eduardo Bolsonaro e seus aliados, que apoiam as punições aplicadas via Lei Magnitsky.
A sessão teve início por volta das 10h20. O presidente do Supremo, Roberto Barroso, lembrou os diversos casos de tortura e mortes ocorridos durante a ditadura militar, ressaltando que o papel da Corte é impedir o retrocesso ao passado.
Na sequência, Barroso e o ministro Gilmar Mendes manifestaram apoio ao colega no plenário do Supremo.