O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), qualificou como “esdrúxula” a nota divulgada pelas Forças Armadas que apontava uma possível fraude nas eleições de 2022. Essa declaração foi feita na manhã desta terça-feira (9/9), durante o julgamento que investiga uma suposta conspiração golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus.
Moraes esclareceu que Bolsonaro solicitou ao ex-ministro da Defesa, general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, que incluísse elementos de fraude eleitoral no relatório oficial das Forças Armadas.
O ministro afirmou que a nota representou uma das declarações mais absurdas e embaraçosas que um titular da Defesa no Brasil poderia emitir, tentando mascarar um parecer das Forças Armadas. Isso teria o objetivo de manter acesa a narrativa de fraudes eleitorais e impedir a posse dos candidatos eleitos para presidente e vice-presidente.
Na época, o documento, assinado por Paulo Sérgio Nogueira e enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacou duas observações principais feitas pelos especialistas das Forças Armadas. A primeira foi que houve registro de acessos à rede durante a compilação do código-fonte e a geração dos programas (códigos binários), o que poderia representar um risco significativo à segurança do processo.
A segunda observação, referente aos testes de funcionalidade realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria para o Ministério da Defesa, indicou que não é possível garantir que o sistema eletrônico de votação esteja completamente livre da interferência de algum código malicioso que possa modificar seu funcionamento.
Embora essa suspeita tenha sido levantada, o documento não especifica de que maneira o sistema poderia ter sido alterado ou se essa interferência chegou a ocorrer.