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terça-feira, 09/09/2025

Moraes chama anotações de Ramagem sobre urnas de diário pessoal

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descreveu nesta terça-feira (9/9) os documentos relacionados a fraude eleitoral encontrados no celular do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), como um “diário pessoal”.

Segundo Moraes, o réu Ramagem confirmou que o documento e o e-mail aramagem@yahoo.com pertencem a ele, ressaltando que as anotações presentes eram privadas, destinadas apenas a si mesmo. O ministro comparou o conteúdo a um tipo de diário pessoal: “meu querido diário”.

O documento intitulado “presidente TSE” continha uma série de tópicos e argumentos contrários ao sistema eletrônico, alegando fraudes na Justiça Eleitoral, espelhando exatamente o que foi declarado em uma transmissão ao vivo por Jair Bolsonaro.

Moraes também comentou que as anotações do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Augusto Heleno, apontadas pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) como uma agenda golpista, confirmam as anotações de Ramagem, evidenciando a organização criminosa destinada a atacar o Poder Judiciário.

Com o voto do relator, a Primeira Turma da Corte retomou nesta terça-feira (9/9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete outros envolvidos por uma suposta trama golpista que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Anotações pessoais

Durante interrogatório no Supremo em junho, Ramagem negou ter enviado qualquer documento relacionado a fraude eleitoral. Ele afirmou, ao ser questionado por Alexandre de Moraes, que os arquivos encontrados eram pessoais e nunca compartilhados com terceiros.

O deputado destacou que um documento salvo sob o usuário “a.lamarge”, indicado pela PGR nas investigações como material para descredibilizar as urnas eletrônicas, continha apenas informações privadas. Segundo apurado, o arquivo foi criado em 10 de julho de 2021 e modificado em 27 de julho do mesmo ano.

Ramagem também foi questionado sobre um arquivo em seu computador intitulado “Bom dia, presidente”, que tratava da formação de um grupo para discutir urnas eletrônicas.

Em resposta a Moraes, ele explicou que este arquivo também era pessoal, para seu controle interno, e que o grupo mencionado no documento tinha o propósito de avaliar a participação da Abin no Teste Público de Segurança (TPS), realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

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