São Paulo, SP (UOL/FolhaPress)
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu entrevista ao jornal americano The Washington Post, que o chamou de “o juiz que não cede às pressões de Trump”.
Durante um jogo do Corinthians, Moraes recebeu várias mensagens avisando que Jair Bolsonaro tinha desobedecido a ordem de não usar redes sociais. Por isso, ele decidiu colocar o ex-presidente em prisão domiciliar. Bolsonaro será julgado nas próximas semanas por tentativa de golpe de Estado.
O ministro garantiu que as punições dos Estados Unidos não vão interferir no processo:
“Não vamos recuar nem um pouco.”
Segundo Moraes, para os norte-americanos é difícil entender a fragilidade da democracia, pois ali nunca houve golpe. Já o Brasil viveu anos de ditadura, incluindo o período de Getúlio Vargas e 20 anos de regime militar, além de várias tentativas de golpe. A experiência cria uma espécie de “vacina” contra esses ataques à democracia.
“Faremos o que é certo: vamos analisar as acusações e as provas, condenando os culpados e absolvendo os inocentes.”
O governo de Donald Trump aplicou sanções contra Moraes, incluindo a perda do visto americano e a Lei Magnitsky, que proíbe negócios financeiros com instituições dos EUA.
“É desconfortável passar por isso, claro. Todo advogado constitucionalista tem enorme respeito pelos Estados Unidos.”
“Mas notícias falsas provocaram um desgaste na relação entre Brasil e EUA. Essas falsas informações foram espalhadas nas redes sociais. O que precisamos fazer, e o Brasil está fazendo, é esclarecer os fatos.”
“A investigação continuará enquanto for necessário.”