Moradores do condomínio Solar, localizado em Brasília, o mesmo onde reside o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), organizaram um churrasco nesta sexta-feira (12/9) para celebrar a condenação dele pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão, inicialmente em regime fechado, pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio protegido.
Os opositores de Bolsonaro promoveram o encontro, que contou com decoração especial, músicas, bebidas e churrasco. A anfitriã, que preferiu não se identificar, falou com a reportagem do Metrópoles no local e destacou que a celebração ocorreu pacificamente no quintal de sua casa. “Estamos comemorando em defesa da democracia. É um sentimento de alívio”, afirmou.
A decoração contou com bordados e mensagens de resistência. “A Linhas da Resistência, grupo que borda temas relacionados a direitos humanos, defesa da democracia, meio ambiente e comunidade LGBT, veio ornamentar a festa, que é uma comemoração da democracia. Esse movimento começou em 2022, durante a campanha eleitoral, com a finalidade de mobilizar e sensibilizar as pessoas para não reeleger Bolsonaro”, explicou uma das organizadoras.
Detalhes da condenação
Além do ex-presidente, outros sete aliados também foram condenados pela Primeira Turma do STF, com o julgamento terminando em 4 a 1. Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação, enquanto o ministro Luiz Fux foi o único a votar pela absolvição.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro de liderar uma organização criminosa armada, tentar derrubar violentamente o Estado Democrático de Direito, praticar golpe de Estado e causar danos ao patrimônio da União e patrimônio tombado. O ex-presidente e os demais réus negam as acusações.
Embora a pena tenha sido fixada em regime fechado, Bolsonaro não deve ser preso imediatamente, pois a execução da pena apenas ocorrerá após o trânsito em julgado, ou seja, quando todos os recursos judiciais forem esgotados.