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terça-feira, 17/06/2025




Moradores deixam Teerã com medo de ataques israelenses

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Na última sexta-feira (13/6), o exército israelense lançou um ataque sem precedentes contra o Irã, tentando interromper o programa nuclear da República Islâmica. Em poucos dias, os mísseis israelenses passaram a atingir alvos em Teerã, capital iraniana, levando a população a evacuar rapidamente.

Vídeos nas redes sociais mostram longos congestionamentos nas estradas e nas saídas da cidade, além de filas extensas nos postos de gasolina, que ficaram rapidamente sem combustível. Moradores descrevem a situação como inacreditável, afirmando estar no meio de uma guerra.

A insegurança sobre onde será o próximo ataque tem levado os iranianos a deixarem a capital, preocupados com a possibilidade de novas quedas de mísseis sem aviso prévio. O temor aumentou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recomendar que os 10 milhões de habitantes deixem a cidade imediatamente. Algumas áreas de Teerã já ficaram desertas.

Civis presos no conflito

Holly Dagres, analista iraniano-americana, afirmou que os civis estão presos em uma situação de fogo cruzado, chocados e assustados pela guerra provocada pelo regime que governa o Irã há décadas. Ela destacou que o povo iraniano não deseja guerra e está desamparado diante da crise.

Ao contrário de cidades israelenses, Teerã não possui abrigos antiaéreos adequados. O governo iraniano anunciou a abertura de mesquitas, estações de metrô e escolas como refugios improvisados, medida que causou indignação entre os cidadãos nas redes sociais pela falta de proteção.

Mehrdad Darvishpour, sociólogo da Universidade de Mälardalen, na Suécia, ressaltou que essa guerra não é entre os povos iraniano e israelense e que é necessária pressão global para cessar os ataques e incentivar negociações de paz.

Israel e o impacto das ações militares

Desde o início do conflito, Israel bombardeou instalações nucleares, unidades de mísseis e campos de petróleo do Irã, mas os ataques também atingiram cidades. Segundo relatos do Irã, mais de 200 pessoas, principalmente civis, morreram, e cerca de 1.200 ficaram feridas nos ataques.

O Irã retaliou com mísseis que atingiram cidades em Israel, causando mortes e ferimentos. A escalada do conflito intensificou o medo em Teerã, principalmente após declarações do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, alertando que os moradores de Teerã pagariam o preço, embora mais tarde suavizasse suas palavras.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, pediu que os cidadãos de Teerã se salvem, mas não indicou para onde poderiam fugir ou onde estariam seguros.

Muitos moradores estão fugindo para o norte, em direção ao Mar Cáspio, para cidades menores ou para as fronteiras do Irã, buscando segurança em meio à instabilidade.

Dificuldades na vida cotidiana

As ruas de Teerã, antes movimentadas, estão silenciosas, com supermercados quase desabastecidos. Quedas de energia e cortes de água são frequentes, agravando o sofrimento dos habitantes, que enfrentam temperaturas acima de 35 graus Celsius.

Estrangeiros deixam o país via Azerbaijão

Mais de 600 estrangeiros de 17 países cruzaram a fronteira para o Azerbaijão e Armênia desde o início dos ataques, buscando evacuação. O Azerbaijão, que havia fechado suas fronteiras terrestres devido à pandemia, as abriu temporariamente para facilitar a saída dessas pessoas.

A crise humanitária em Teerã é grave, e a população vive um momento de incertezas e medo, aguardando um desfecho para o conflito que tem provocado destruição e sofrimento.




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