Após derrubadas de estruturas, Alexandre Silveira afirma que vigilância será aperfeiçoada
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira que o governo e os órgãos e empresas do setor elétrico irão “aperfeiçoar” o sistema de vigilância das linhas de transmissão de energia. Está em estudo instalar câmeras de segurança e utilizar drones para fazer a segurança, depois que torres de transmissão foram derrubadas nos últimos dias. Embora a investigação ainda não esteja concluída, os órgãos do setor suspeitam de vandalismo.
Silveira deu a declaração após ter participado de uma reunião com representantes das empresas do setor elétrico, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
“Essa reunião serviu também para discutirmos questões fundamentais para a modernização da segurança do sistema de transmissão nacional. Há uma boa vontade muito grande de todos os players desse sistema, com implementação de videomonitoramento, implantação de vigilância via drone, e outros sistemas muito modernos que têm no mundo”, disse o ministro.
No sábado, foi derrubada a quarta torre de transmissão de energia desde a última segunda-feira, de acordo com a Aneel, que coordena uma força-tarefa do governo criada por conta das ocorrências. Foram três casos em Rondônia e um no Paraná (esta, que faz parte do sistema responsável por escoar a energia gerada em Itaipu).
Mais três torres também foram vandalizadas, uma no Paraná e duas em São Paulo, de acordo com a Aneel. Em todos os casos, o sistema de abastecimento de energia não foi afetado. O ministro afirmou ainda que houve ataques nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro.
“Em todas as linhas de transmissão, esse sistema de vigilância será aperfeiçoado, mas em especial aquelas que tem maior interlocução com o sistema interligado nacional”, afirmou o ministro.
Os ataques começaram no mesmo dia em que vândalos bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Questionado se há motivação política para a derrubada das torres, o ministro disse não ser possível fazer essa afirmação.
“Não podemos fazer essa afirmação. O que nós podemos dizer é que, pelo fato de vários eventos convergirem na sua ação, nós entendemos por bem ser pró-ativos e nos adiantarmos a possíveis problemas mais graves”, afirmou.
Segundo o ministro, as investigações estão sendo conduzidas pela PF. “A Polícia Federal já está com vários procedimentos em andamento e vai falar sobre isso num momento oportuno.”