Vladimir Padrino López, ministro da Defesa da Venezuela, declarou nesta quinta-feira (23/10) que agentes da CIA estão operando no país, porém qualquer tentativa contra o governo de Nicolás Maduro está destinada ao fracasso. A manifestação veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizar ações da agência de inteligência americana em solo venezuelano.
“Sabemos que a CIA está presente na Venezuela. Podem enviar quantas unidades quiserem, de onde quiserem. Qualquer operação vai falhar”, afirmou Padrino.
No dia 15 deste mês, Donald Trump confirmou ter autorizado a CIA a executar operações secretas na Venezuela para reforçar a campanha contra Nicolás Maduro. As ações autorizadas podem incluir medidas letais e outras iniciativas de inteligência no Caribe, podendo ocorrer isoladamente ou junto a operações militares maiores, conforme divulgado pelo The New York Times.
O presidente americano justifica tais medidas alegando que a Venezuela envia drogas e criminosos aos Estados Unidos. Ao ser questionado se a autorização abrangia eliminar o presidente venezuelano, não deu resposta clara.
O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, foi categórico e prometeu “caçar e eliminar” todos os grupos envolvidos no tráfico de drogas, comparando-os a organizações terroristas como Estado Islâmico e Al-Qaeda.
Por sua vez, o governo venezuelano condenou as declarações do líder americano, classificando-as como “belicosas e exageradas”. Em nota oficial, Caracas acusou Washington de manter política agressiva e anunciou que levaria a questão à Organização das Nações Unidas (ONU).
Desde agosto, o Pentágono iniciou uma atividade militar no Caribe com navios de guerra e caças F-35 para combater o tráfico de drogas na região.
Até agora, Trump declarou nove ataques contra embarcações, a maioria perto da costa venezuelana no Caribe, além de dois ataques recentes no Oceano Pacífico.
Enquanto as operações ocorrem, os chefes de Estado da Venezuela e da Colômbia têm sido acusados de vínculos com cartéis de drogas, classificados recentemente pelos EUA como organizações terroristas.
Apesar das acusações e da escalada das ações dos EUA, Maduro e o presidente colombiano Petro veem esse aumento da pressão como uma tentativa dos Estados Unidos de interferir em seus países, ambos governados por líderes de orientação política progressista.
