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sexta-feira, 17/10/2025

Ministro de Maduro desafia os EUA com facão em punho

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O ministro da Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, respondeu de forma contundente às ameaças de intervenção feitas pelos Estados Unidos, declarando que irá resistir com as “armas do povo” e, se necessário, protegerá a nação “até com os dentes”. Na quinta-feira (16/10), durante um discurso para militares em Carayaca, estado de La Guaira, Cabello segurava um facão como símbolo de resistência.

O pronunciamento ocorreu após a autorização do presidente Trump para operações da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA em território venezuelano.

“Quem tentar entrar aqui enfrentará um camponês com um facão na mão em qualquer lugar, com uma arma da pátria em qualquer esquina, pois hoje as armas do povo estão nas mãos do povo. As armas da nação pertencem ao nosso povo para defender a pátria de qualquer inimigo, independentemente de quem seja ou de onde venha”, afirmou o ministro.

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos têm aumentado nas últimas semanas, após o governo norte-americano intensificar ações navais contra embarcações consideradas de “origem venezuelana” que transportavam drogas rumo aos EUA. Esses confrontos resultaram em pelo menos 27 mortos, e a CIA recebeu autorização para realizar “ações letais” na região do Caribe, com o objetivo de derrubar o governo de Maduro.

O governo venezuelano tem respondido com exercícios militares na capital, Caracas. Na sexta-feira (17/10), Nicolás Maduro anunciou a ativação oficial das zonas de defesa integral em Mérida, Trujillo, Estado Lara e Jaracuí, o que indica a mobilização da população armada para proteger a segurança nacional e a estabilidade regional, contabilizando atualmente 468 milicianos na região.

Cabello ressaltou a soberania da Venezuela e convocou o povo a resistir às ameaças externas. Ele destacou que os venezuelanos são humildes e trabalhadores e fariam tudo pelo amor à pátria.

“De Carayaca, o povo camponês jura estar pronto para defender a pátria, a terra e a revolução. Aqui não existe medo nem rendição: há dignidade, consciência e amor pela Venezuela”, enfatizou o ministro.

As recentes mudanças na política dos EUA, que passaram a classificar organizações de tráfico internacional de drogas como grupos terroristas, facilitaram o início das operações próximas à costa venezuelana. O governo norte-americano acusa o presidente venezuelano de liderar o Cartel de los Soles, uma facção de narcotraficantes, e justifica a mobilização naval como um combate ao tráfico marítimo.

Em agosto, os EUA enviaram navios e aeronaves militares para o Caribe, em uma região próxima à costa venezuelana. Desde então, estabeleceram um cerco militar na área, com o envio de navios de guerra e caças F-35.

O governo norte-americano reafirmou a intenção de derrubar o regime considerado ditatorial de Maduro e concedeu uma “autorização presidencial” que amplia os poderes da CIA para executar ações de inteligência, incluindo operações letais, com o propósito de enfraquecer o governo atual.

Essas missões podem ser realizadas de forma independente ou em cooperação com as forças militares americanas no Caribe.

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