Renan Filho, ministro dos Transportes, afirmou que há total confiança na obtenção de recursos para os oito projetos ferroviários planejados para o próximo ano. O investimento estimado em R$ 140 bilhões contará com apoio público e será viabilizado com ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que atuará como intermediário junto a investidores privados.
Segundo o ministro, o foco do investimento mudou das rodovias para as ferrovias, que exigem planejamento a longo prazo. Ele garantiu que os projetos são financeiramente viáveis.
Renan Filho destacou que desafios enfrentados anteriormente para financiamentos de concessões rodoviárias foram superados e acredita que o mesmo acontecerá com as ferrovias.
Ele explicou que, embora o custo inicial dos projetos ferroviários seja elevado, os retornos financeiros ao longo do tempo são superiores aos de investimentos tradicionais de renda fixa, garantindo assim a viabilidade financeira. Foi citado também o sucesso das concessões rodoviárias em captar recursos de fundos internacionais como um exemplo dos novos caminhos para atrair investidores.
A participação do BNDES é vista como um fator que aumenta as chances de sucesso dos projetos. O banco tem experiência em infraestrutura, especialmente em saneamento e energia elétrica, e utilizará instrumentos financeiros como debêntures voltadas para financiamento desses empreendimentos, que são adquiridas por investidores.
Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES, acrescentou que o banco possui competência técnica comprovada para estruturar grandes obras e está confiante na capacidade de replicar esse sucesso no setor ferroviário. Ela ressaltou que a presença do BNDES em um projeto transmite mais segurança ao mercado, funcionando como um selo de qualidade e fortalecendo as expectativas dos investidores.
Agenda dos Leilões Ferroviários para 2026
Os primeiros leilões previstos para o próximo ano incluem o Corredor Minas-Rio em abril e o Anel Ferroviário Sudeste em junho. Em julho será a vez da Malha Oeste e em agosto o Corredor Leste-Oeste. A agenda será concluída em dezembro com os leilões da Malha Sul, que engloba os corredores Paraná-Santa Catarina, Rio Grande e Mercosul.
Outro projeto importante é a Ferrogrão, com orçamento estimado em R$ 25 bilhões, incluindo R$ 8 bilhões para infraestrutura de trilhos e instalações. Embora ainda esteja em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério dos Transportes planeja realizar o leilão em setembro.
Além disso, o ministério lançou o plano nacional de desenvolvimento ferroviário, o mais abrangente já criado no Brasil, que busca acelerar a expansão da malha ferroviária com a combinação de investimentos públicos e privados.
Estadão Conteúdo
