O ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Carsten Schneider, manifestou elogios ao Brasil e expressou tristeza ao deixar o país. A publicação ocorreu na segunda-feira, 17 de novembro, pouco depois do chanceler alemão Friedrich Merz ter feito uma declaração depreciativa comparando Brasil e Alemanha, afirmando que todos os jornalistas alemães ficaram “contentes” de voltar para casa após a COP30 em Belém.
“O Brasil é um lugar incrível, com pessoas acolhedoras e anfitriões exemplares. É lamentável que eu não possa permanecer mais tempo após a COP. Eu teria várias ideias, como, por exemplo, pescar com meus amigos da Amazônia”, escreveu o ministro em sua conta no Instagram.
Carsten Schneider é membro do Partido Social Democrata (SPD) e assumiu o cargo com o propósito de trazer à tona temas ligados ao meio ambiente, clima e preservação da natureza para o centro das atenções públicas.
Schneider adotou uma posição contrária à de Merz, que minimizou Belém ao descrever a satisfação e ansiedade dos jornalistas em retornarem para a Alemanha, ressaltando que os cidadãos alemães vivem “em um dos lugares mais bonitos e livres do mundo”.
A declaração de Merz, feita durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio na semana passada, veio dias depois de sua participação em Belém nas reuniões preparatórias da Cúpula de Líderes anterior à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Ao comentar sobre a economia alemã, o chanceler afirmou que a curta visita a Belém não foi muito produtiva.
“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos retornado à Alemanha, especialmente daquele local”, declarou Merz.
Mesmo diante da controvérsia diplomática, o chanceler anunciou, durante a pré-COP, que a Alemanha planeja fazer uma contribuição financeira significativa para o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma das principais iniciativas brasileiras para incentivar a preservação ambiental financeiramente. Esta declaração foi feita na presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
O Fundo é destinado à conservação da natureza e os recursos arrecadados serão investidos nos mercados financeiros, especialmente em economias emergentes, gerando retornos.
Segundo informações obtidas pelo DW, parceiro do Metrópoles, a Alemanha deve oficializar sua doação nos próximos dias. O TFFF procura angariar US$ 10 bilhões e já possui compromissos de países como Noruega, França, Indonésia, Holanda e Portugal.