Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, solicitou aos deputados da comissão do setor na Câmara que aumentem em cerca de R$ 1 bilhão o orçamento para 2026, visando dar mais recursos para pesquisas universitárias.
Ela participou de audiência que discutiu novas tecnologias sustentáveis para a agropecuária, muitas das quais serão apresentadas na COP30, conferência climática em Belém, Pará, a partir de segunda-feira (10).
A ministra destacou que os investimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) cresceram, somando R$ 37,4 bilhões entre 2023 e 2025. “Em três anos, investimos quase seis vezes mais do que em quatro anos do governo anterior”, afirmou.
Luciana Santos também ressaltou a necessidade de reduzir a dependência tecnológica do exterior em várias áreas, sugerindo que o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) se torne independente financeiramente para administrar suas receitas.
Com recursos do FNDCT, são desenvolvidas tecnologias como câmeras 3D para calcular o peso do gado, o que diminui o estresse animal e o tempo de trabalho.
Stanley Oliveira, da Embrapa, revelou que a instituição possui mais de 700 projetos que utilizam inteligência artificial, incluindo sistemas que contam frutas e aplicativos que indicam a quantidade exata de ração para peixes, tecnologia que será mostrada na COP30. No total, 32 inovações da Embrapa serão apresentadas, como um app que define a melhor época para plantio.
A empresa Solinftec apresentou o robô Solix, capaz de identificar ervas daninhas e diminuir em 90% o uso de herbicidas, além de reduzir o uso de inseticidas e diesel. “O Solix funciona 100% com energia solar e volta para sua estação para recarregar os produtos”, explicou a técnica Natália Machado.
Participantes destacaram a importância da votação da regulação da inteligência artificial (PL 2338/23) para promover inovação de forma segura.
Sobre os desafios enfrentados por pesquisadores, foi enfatizado que a burocracia excessiva desanima profissionais, que se preocupam mais em prestar contas do que focar no trabalho científico. Muitos já optam por não realizar pesquisas por medo das complicações administrativas e financeiras associadas, algo que precisa ser revertido para incentivar a produção científica.
