O Ministério Público de Paris iniciou uma investigação contra a ministra de Cultura da França, Rachida Dati, por não declarar 19 joias avaliadas em aproximadamente R$ 3,7 milhões desde 2017, conforme exigido pela Alta Autoridade para a Transparência na Vida Pública (HATVP). Dati também está sob investigação por corrupção relacionada ao ex-CEO da Renault, Carlos Ghosn.
Na França, a lei exige que políticos informem seus bens e interesses à HATVP ao assumirem cargos públicos, incluindo joias com valor superior a € 10 mil (cerca de R$ 62.803,50). Investigações do jornal francês Libération e do veículo Blast sugerem que a ministra omitiu joias estimadas entre € 420 mil e € 600 mil (R$ 2,6 a 3,7 milhões).
Segundo o Ministério Público, a investigação foi conduzida pela brigada financeira e anticorrupção da polícia judiciária de Paris. Dati, que concorre à prefeitura da capital francesa, ainda não comentou o recente inquérito, mas negou as acusações anteriormente, afirmando à France Inter que não tem pendências a declarar e planeja processar por difamação.
Além disso, a ministra é suspeita de ter recebido cerca de € 900 mil (aproximadamente R$ 6 milhões) entre 2010 e 2012 enquanto era deputada no Parlamento Europeu, possivelmente atuando como lobista proibida para parlamentares da União Europeia. Os pagamentos poderiam ter sido mascarados como contratos de consultoria para fins políticos e de influência.
A audiência preliminar está agendada para 29 de setembro em Paris. O Palácio do Eliseu afirmou que respeita a presunção de inocência e que a ministra Rachida Dati continuará no cargo por enquanto.