A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a previsão da inflação para o ano de 2025. A estimativa de variação do índice passou de 4,9% para 4,8%, percentual que permanece acima do limite máximo da meta, fixado em 4,5%.
Essa revisão é resultado de efeitos tardios da valorização do real sobre os preços, além da desaceleração nos preços no atacado, tanto no setor agropecuário quanto no industrial, e do excesso na oferta global de produtos, consequência do aumento das tarifas comerciais, conforme informado pela pasta.
A SPE destaca também que essa projeção assume a manutenção da bandeira tarifária amarela para as contas de energia elétrica em dezembro, refletindo o cenário de escassez hídrica previsto para o período. Caso a bandeira volte para verde até dezembro, a estimativa para o IPCA pode cair para cerca de 4,7%.
Além disso, o Ministério da Fazenda projeta que o IPCA acumulado de 2026 será de 3,6%, valor que está dentro da faixa da meta de inflação, estabelecida entre 1,5% e 4,5%. A partir de 2027, espera-se que a inflação converja para o centro da meta definida.
Essas projeções constam no Boletim Macrofiscal de setembro, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda. O relatório, publicado a cada dois meses, apresenta previsões de curto e médio prazo para indicadores econômicos e de inflação, que são utilizados para o planejamento orçamentário do governo federal.
Impactos do aumento tarifário
De acordo com a SPE, o efeito do aumento das tarifas será modesto na economia brasileira. É esperado que, entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, as tarifas causem uma redução de 0,2 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB), em relação ao cenário base.
Esse impacto reflete a retração da demanda externa e seus efeitos negativos, especialmente sobre o investimento. As exportações líquidas devem cair 0,1 ponto percentual em relação ao PIB, com a redução das vendas para os Estados Unidos sendo parcialmente compensada pelo direcionamento das exportações para outros mercados.
O cálculo da inflação já leva em consideração os efeitos do aumento tarifário de 50% imposto pelos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump.
Outras projeções para 2025 e 2026
- 2025
- PIB real: 2,3%
- IPCA acumulado: 4,8%
- INPC acumulado: 4,7%
- IGP-DI acumulado: 2,6%
- 2026
- PIB real: 2,4%
- IPCA acumulado: 3,6%
- INPC acumulado: 3,3%