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terça-feira, 30/12/2025

Ministério da Cultura confirma proteção de prédio antigo do Dops no Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

O Ministério da Cultura oficializou a proteção do prédio antigo que abrigava o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) no centro do Rio de Janeiro. A decisão, tomada nesta segunda-feira (29), foi divulgada no Diário Oficial na terça-feira (30).

No mês anterior, o Iphan já havia aprovado essa proteção para o prédio. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconheceu o local por sua importância histórica e artística, destacando seu papel nas lutas sociais e políticas em defesa da democracia, além de sua arquitetura variada. Em outubro, o órgão havia colocado uma proteção temporária no prédio.

A expectativa do Iphan é que essa proteção leve à criação de um centro de memória. Em fevereiro, o Ministério da Cultura indicou que pretende recuperar o imóvel para a União, preservar o prédio e transformá-lo em um memorial que homenageie as vítimas da repressão política e incentive a reflexão sobre os valores democráticos.

O prédio, construído na década de 1910, foi sede da polícia do Distrito Federal no Rio até 1962, quando o Dops passou a utilizá-lo. Em 1965, a União transferiu o prédio para o governo do estado da Guanabara, mas essa transferência não foi registrada oficialmente.

O Dops foi uma ferramenta usada principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), sob Getúlio Vargas, e durante o regime militar (1964-1985). O departamento servia como órgão do Estado que perseguia e torturava opositores do governo.

O prédio estava em disputa entre a União e a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em maio, o UOL mostrou que o local estava abandonado. Naquela época, o Ministério Público Federal pediu que a União tomasse as medidas necessárias para preservar e proteger o prédio. Ativistas queriam que o imóvel fosse convertido em um centro de memória e direitos humanos, enquanto a Polícia Civil do Rio planejava criar um museu da instituição no local. Para o Ministério Público Federal, o prédio pertence à União.

Além disso, o prédio teve um papel na perseguição às religiões de matriz africana. No começo do século 20, era um ponto de partida para equipes policiais que destruíam templos de umbanda e candomblé na cidade do Rio. Os objetos religiosos confiscados nessas ações fazem parte do “Acervo Nosso Sagrado”.

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