16.5 C
Brasília
quarta-feira, 25/06/2025




Militares discordam de Trump sobre impacto em programa nuclear do Irã

Brasília
neblina
16.5 ° C
16.5 °
16.1 °
100 %
2.6kmh
75 %
qua
27 °
qui
26 °
sex
27 °
sáb
27 °
dom
29 °

Em Brasília

Avaliações preliminares da inteligência dos Estados Unidos (EUA) contradizem as declarações do presidente Donald Trump de que os ataques americanos ao Irã “destruíram completamente” as instalações nucleares iranianas. As informações foram obtidas por The New York Times e CNN Internacional.

Nesta segunda-feira (23/6), Trump celebrou a precisão dos ataques norte-americanos a três instalações nucleares iranianas, que ocorreram na noite de sábado (21/6).

“Foram causados danos significativos em todas as instalações nucleares do Irã, conforme mostram imagens de satélite. Obliteração é uma palavra adequada. A estrutura branca exibida está profundamente enterrada na rocha, com seu teto abaixo do nível do solo e completamente protegida contra incêndios”, declarou Trump.

No entanto, relatórios confidenciais da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) indicam que os bombardeios causaram danos consideráveis, mas não destruíram as estruturas subterrâneas essenciais ao programa nuclear iraniano, atrasando-o em apenas alguns meses — e não anos, como sugerido pela declaração oficial.

Sem colapso subterrâneo

Segundo o The New York Times, os ataques bloquearam as entradas de duas instalações, Fordow e Natanz, sem causar o colapso dos interiores subterrâneos. O relatório da DIA estima que, se o Irã decidisse desenvolver uma bomba nuclear, o processo levaria menos de seis meses, contra os três meses previstos antes dos ataques.

A CNN Internacional acrescenta que grande parte do urânio enriquecido do Irã foi deslocado antes dos ataques e que as centrífugas permanecem intactas. Fontes afirmam que o material nuclear pode ter sido transferido para locais secretos não atingidos pela operação.

Enquanto Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmam que as instalações foram “totalmente destruídas”, autoridades militares e de inteligência são mais cautelosas. O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, reconheceu que ainda é cedo para avaliar o impacto real e que os ataques foram planejados para “reduzir severamente” a infraestrutura, não para eliminá-la.

Posição da Casa Branca

A Casa Branca rejeitou os relatórios, acusando que os vazamentos fazem parte de uma tentativa de desmerecer Trump. Karoline Leavitt, porta-voz presidencial, afirmou que as bombas de 13,6 mil kg utilizadas nos ataques causaram destruição total.

“Esta avaliação é completamente errada e esteve sob classificação ultrassecreta, mas ainda assim foi vazada para a CNN por um integrante anônimo e pouco importante da comunidade de inteligência”, afirmou Leavitt.

Avaliações israelenses

Avaliações de Israel, citadas pela CNN, sugerem que os danos em Fordow foram menores do que esperado, embora as autoridades israelenses acreditam que a combinação dos ataques dos EUA e de Israel tenha atrasado o programa iraniano em até dois anos, desde que o Irã não reconstrua as instalações. Israel promete impedir essa reconstrução.

Israel foca em Gaza

O chefe das forças armadas israelenses, Eyal Zamir, declarou nesta terça-feira (24/6) que as operações contra o Irã foram encerradas e que agora é tempo de concentrar esforços em Gaza. Após o cessar-fogo com o Irã ter entrado em vigor, Zamir avaliou a situação com membros do Fórum do Estado-Maior.

Zamir destacou que, apesar dos avanços alcançados, é necessário que Israel permaneça vigilante.

“Desafios significativos ainda estão por vir. Devemos manter o foco e não podemos relaxar. Agora, a atenção volta para Gaza, para resgatar os sequestrados e derrubar o regime do Hamas. Sinto orgulho de estar no comando neste momento”, afirmou.




Veja Também