O presidente Andrzej Duda equiparou a “ideologia LGBTQIA+” ao comunismo e o chefe do partido no poder classificou os homossexuais como uma “ameaça” para a família tradicional
Dezenas de milhares de pessoas protestaram neste sábado (17) em Varsóvia em apoio à comunidade LGBTQIA+, considerada uma “ameaça” à família tradicional pelo governo de extrema direita polonês, que busca a reeleição.Durante a inauguração do desfile da igualdade, que acontece todos os anos, o prefeito da capital, o liberal Rafal Trzaskowski, da oposição, prometeu que a comunidade LGBTQIA+ “estará sempre segura”
A comunidade LGBTQIA+ tem estado no centro das atenções do governo polonês.
O presidente Andrzej Duda equiparou a “ideologia LGBTQIA+” ao comunismo e o chefe do partido no poder classificou os homossexuais como uma “ameaça” para a família tradicional.
Michal Niepielski, um técnico de rádio de 60 anos de Cracóvia, disse à AFP que participa da marcha com seu parceiro há 18 anos. Ambos veem mudanças positivas no “clima social” do país.
“Nas primeiras marchas que participamos, tínhamos que esconder todas as referências do arco-íris depois do desfile para não sermos atacados em algum lugar fora do centro da cidade. Agora, as coisas são totalmente diferentes”, contou.
Niepielski admitiu, no entanto, que está preocupado que as autoridades intensifiquem a retórica contra a comunidade LGBTQIA+ antes das eleições de fim de ano “para mobilizar seu eleitorado”.
“Isso é algo que se repete há muitos anos […]. E obviamente nos afeta, porque não é agradável ver os políticos nos chamarem de ‘desviados’, ‘doentes’, ‘uma ameaça à família polonesa'”, acrescentou.
Na Polônia, as uniões entre pessoas do mesmo sexo não são legalmente reconhecidas, nem na forma de casamento nem de união civil. Pessoas trans também enfrentam obstáculos para formalizar sua transição.