O Presidente Javier Milei da Argentina autorizou a presença de militares dos Estados Unidos em seu território, por meio de um decreto oficial. A medida foi publicada na terça-feira (30/9) no Diário Oficial da Argentina.
De acordo com o decreto, tropas americanas participarão de duas operações militares. A primeira, chamada “Solidariedade”, ocorrerá de 6 a 10 de outubro em conjunto com as forças do Chile, na cidade chilena de Puerto Varas. O objetivo declarado pelo governo argentino é fortalecer a colaboração em eventos de desastres naturais.
Entre 20 de outubro e 15 de novembro, os militares americanos estarão envolvidos na atividade “Trident”, que acontecerá em bases navais nas regiões de Mar del Plata, Ushuaia e Puerto Belgrano. Esta operação inclui treinamentos navais combinados, simulacros de combate e ações de ajuda humanitária.
Embora a prática de exercícios militares conjuntos seja comum, a decisão do Presidente Milei contraria a Constituição da Argentina, que exige aprovação legislativa para a entrada de tropas estrangeiras. O decreto justifica a medida afirmando que um projeto de lei foi enviado ao Congresso, mas ainda não foi analisado pela Câmara dos Deputados.
A presença militar dos Estados Unidos na Argentina acontece em um contexto de pressão americana contra a Venezuela, vizinha liderada por Nicolás Maduro. Nos últimos meses, o governo americano, sob liderança de Donald Trump, tem acusado e cercado o país governado pelo herdeiro de Hugo Chávez.
Segundo os Estados Unidos, Maduro chefia o cartel Los Soles, recentemente designado como uma organização terrorista por Washington. Essa classificação abriu caminho para o envio de tropas americanas em operações internacionais, inclusive na América Latina e no Caribe.
Junto com o Equador e o Paraguai, governados por líderes de direita, a Argentina tem apoiado as iniciativas americanas. As três nações sul-americanas adotaram a mesma postura de Washington e também rotularam Los Soles como um grupo terrorista, alinhando-se à política dos Estados Unidos.
