O presidente da Argentina, Javier Milei, cujo governo está envolvido em um escândalo de corrupção com sua irmã, Karina Milei, respondeu fazendo críticas ao kirchnerismo, o grupo político de seus adversários.
Na terça-feira (26/8), em sua primeira manifestação após o surgimento do escândalo, Milei declarou: “Os K estão irritados porque estamos tomando de volta os bens que eram roubados deles”. A expressão “Os K” se refere ao kirchnerismo, movimento de esquerda associado ao ex-presidente Néstor Kirchner.
A declaração do presidente foi repercutida por figuras políticas e internautas argentinos, muitos interpretando o comentário como uma admissão de participação no esquema de corrupção provável envolvendo sua irmã. O deputado de esquerda argentino, Maximiliano Ferraro, comentou em sua conta na rede social X (antigo Twitter): “O inconsciente o denunciou. A confissão de uma das partes diminui a necessidade de provas. Está encerrado”, afirmou.
Nos últimos dias, a irmã do presidente, Karina Milei, esteve no centro das atenções após a divulgação de um áudio em que supostamente negociava propina ligada à compra de medicamentos para pessoas com deficiência.
As investigações indicam que existia uma organização cobrando até 8% de taxa sobre o faturamento das vendas dos remédios, que rendia um lucro superior a 800 mil dólares. Karina receberia entre 3% e 4% dessa quantia como comissão.
Na última sexta-feira (22/8), a polícia de Buenos Aires realizou buscas na residência de Karina Milei e em outros 13 locais relacionados a pessoas próximas a Javier Milei. As medidas fazem parte das investigações em curso sobre o caso.