A mídia mundial destacou nesta quinta-feira (21/8) o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela Polícia Federal (PF), ocorrido na quarta-feira (20/8).
Veículos de comunicação dos Estados Unidos, América Latina e Europa deram ampla cobertura às recentes descobertas feitas pela PF. Uma nova análise do celular de Bolsonaro revelou um rascunho de pedido de asilo político na Argentina. Este documento estava em modo editável, sem data nem assinatura.
O The New York Times destacou que o rascunho apreendido incluía declarações de Bolsonaro dizendo estar sendo vítima de “perseguição” e prevendo uma prisão arbitrária. A publicação também recordou o episódio em que o ex-presidente permaneceu por dois dias na embaixada da Hungria no Brasil.
Já o jornal argentino Clarín informou que a PF encontrou um arquivo sem data em um dos aparelhos apreendidos no processo da tentativa de golpe, onde o líder de extrema direita pedia asilo, alegando ser alvo de “perseguição política”.
A Euronews destacou as mensagens trocadas entre pai e filho, reveladas pela PF, discutindo negociações com o governo dos Estados Unidos. Eduardo Bolsonaro afirmou ter obtido o apoio americano com muita dificuldade, ressaltando que ele e seu aliado Paulo Figueiredo eram os únicos com acesso direto à Casa Branca.
Na quarta-feira (20/8), Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram formalmente indiciados pela PF pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da limitação dos poderes constitucionais.
Aliados próximos ao ex-presidente também estão sendo investigados. O pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, teve seus aparelhos celulares apreendidos sob ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre possível obstrução da Justiça relacionadas à trama golpista.
Além disso, o STF impôs medidas cautelares a Malafaia, proibindo-o de sair do país e de manter contato com outros investigados, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro.