Em Hong Kong, a dificuldade em encontrar moradia faz com que muitas pessoas vivam nos chamados “apartamentos-caixão”: unidades muito pequenas, geralmente sem janelas, onde mal é possível esticar as pernas. Uma reportagem do Fantástico exibida no domingo (19/10) revelou a realidade desses moradores, residentes em uma das cidades mais densamente povoadas do mundo.
A Miss Lee, que reside em um desses pequenos apartamentos, paga aproximadamente R$ 1.400 e divide seu espaço cercado por sacolas com sua cachorrinha Bibi. Ela comenta que “morar ali é profundamente desgastante”.
A professora Betty Xiao Wang, da Universidade de Hong Kong, explica que esses imóveis surgem devido à alta especulação imobiliária aliada à precariedade do mercado de trabalho. Ela observa que “enquanto há moradores de rua em Londres e Nova York, aqui eles estão abrigados em apartamentos-caixão. Se o governo proibisse totalmente esse tipo de habitação, para onde essas pessoas iriam?”
Mr. Tang, outro residente desses espaços reduzidos, compartilha o imóvel de nove metros quadrados com um colega e revela seu sonho de morar em um ambiente com mais conforto e privacidade. Ele detalha: “Gostaria de ter um banheiro onde eu possa entrar de frente, uma cozinha funcional e um local para colocar uma cadeira e uma mesa próximo à cama”.