Com Jair Bolsonaro fora da disputa eleitoral após ser condenado, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro declarou que suas decisões sobre concorrer ou não às eleições de 2026 dependerão de sua fé e oração, confiando no entendimento que Deus quiser lhe dar.
Ela é vista como uma possível candidata para substituir Jair Bolsonaro, ao lado de outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Michelle ressaltou que qualquer decisão será tomada após muito diálogo com o marido, suas filhas, o Partido Liberal e, principalmente, reflexão espiritual.
Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar e foi proibido de participar das eleições devido a condenação por tentativa de golpe em 2022. Além da possibilidade de concorrer à presidência, o nome de Michelle também é avaliado para vice-presidente ou senadora, embora ela tenha afirmado que ainda é cedo para falar sobre candidaturas.
Ela destacou que Bolsonaro continua sendo um líder importante da direita no Brasil e lamentou as pressões que tentam adiantar a escolha de candidatos.
O lado feminino e conservador
Terceira esposa de Bolsonaro, 27 anos mais jovem que o marido, Michelle se apresenta como uma dona de casa tradicional, conectando-se com eleitoras que não se identificam totalmente com o bolsonarismo. Durante o governo de seu marido, ela desempenhou papel importante, sendo intérprete de libras e se destacando pela comunicação e oratória, que emocionou o público feminino em eventos bolsonaristas.
Michelle tem uma visão crítica sobre o feminismo atual, afirmando que o movimento perdeu o foco nas necessidades reais das mulheres e adotou uma agenda que ela considera controversa. Nascida em Ceilândia, em Brasília, filha de um motorista de ônibus e de uma dona de casa, trabalhou como modelo e promotora antes de se envolver na política.
Marcou a vida política ao conhecer Jair Bolsonaro em 2007, quando começou a trabalhar em seu gabinete como secretária. O casal tem uma filha, Laura, nascida após o ex-presidente reverter uma vasectomia.
Atuação política e posicionamentos
Michelle Bolsonaro preside o setor feminino do Partido Liberal e faz a ligação entre seu marido, que se declara católico, e o eleitorado evangélico de direita. Durante a eleição de 2022, ela fez declarações fortes contra o comunismo e defendeu a fé cristã.
Ela foi alvo de acusações de intolerância religiosa por criticar cultos de matriz africana, mas o Ministério Público Federal arquivou o caso, entendendo que se trata de liberdade de expressão.
Ativa nas redes sociais, Michelle denuncia o que chama de injustiça judicial contra seu marido, que foi condenado a 27 anos de prisão por tentar permanecer no poder após perder para Lula nas eleições de 2022.
A ex-primeira-dama também comenta sobre as sanções dos Estados Unidos contra o Brasil, atribuídas à postura de autoridades brasileiras que violam direitos humanos e princípios democráticos. Ela afirma que estas medidas foram consequência das ações dos governantes do país.