Belo Horizonte, MG (UOL/FOLHAPRESS) – O porta-voz do exército israelense, Rafael Rozenszajn, afirmou nesta segunda-feira (23) que neutralizar apenas as instalações nucleares do Irã não resolve o confronto, pois o regime possui mísseis balísticos apontados para Israel.
Rozenszajn declarou que o Irã tem um plano para destruir Israel. Em entrevista à GloboNews, o porta-voz disse que Israel “não pode permitir que o regime totalitário e cruel tenha mísseis balísticos direcionados ao território israelense”.
Conforme o porta-voz, Israel busca impedir a atuação do Irã em três áreas: o programa nuclear, a produção de mísseis balísticos e a participação do Irã em grupos terroristas, uma vez que o Irã lidera “todos os grupos terroristas” no Oriente Médio.
Rozenszajn ressaltou que Israel deseja encerrar o conflito o quanto antes. “Nós não gostamos de guerra. Essa guerra foi imposta ao estado de Israel”, declarou. Além disso, destacou que “o que está em jogo é o futuro existencial do estado de Israel”.
O porta-voz comemorou os resultados da ofensiva israelense contra o Irã: “Nossos êxitos são muito maiores do que o esperado”. Ele, no entanto, não revelou detalhes sobre os próximos passos do exército israelense.
Israel e Irã no 11º dia de confrontos
O exército israelense informou nesta segunda-feira (23) que atacou locais de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra na região oeste do Irã, utilizando mais de 15 aviões de combate. Segundo comunicado militar, o ataque neutralizou várias instalações de mísseis que ameaçavam Israel.
O exército divulgou a lista de alvos atingidos, incluindo centros de comando e instalações pertencentes à Guarda Revolucionária do Irã e às forças de segurança interna.
Principais alvos atingidos:
- Quartel-general da milícia Basij, responsável pela aplicação da lei islâmica e repressão civil;
- Corpo Alborz, que supervisiona operações de segurança e militares em Teerã;
- Centro de comando Thar-Allah, dedicado à defesa da capital;
- Corpo Sayyed al-Shuhada, encarregado da defesa interna;
- Diretoria de Inteligência das Forças de Segurança Interna, responsável pelo monitoramento de informações e censura de mídia.
Foram atacados seis aeroportos do Irã nas regiões oeste, centro e leste, destruindo pistas, hangares e aeronaves militares como F-14, F-5 e AH-1.
Rotas de acesso à usina nuclear de Fordow também foram alvo para impedir o acesso ao local.
O Crescente Vermelho iraniano informou que os bombardeios atingiram área próxima ao seu prédio em Teerã, com vídeo mostrando fumaça no local postado no Telegram.
O judiciário do Irã comunicou que a Penitenciária Evin, em Teerã, foi danificada pelos ataques, mas a situação segue sob controle. A penitenciária é conhecida por maus-tratos a presos políticos.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que o ataque desta segunda foi um dos maiores já realizados contra o Irã. “As IDF (Forças de Defesa de Israel) estão atacando com força sem precedentes alvos do regime e organismos de repressão no coração de Teerã”, declarou.
Sirenes soaram em diversas regiões de Israel devido ao lançamento de mísseis iranianos, com explosões ouvidas em Jerusalém. Após cerca de 30 minutos em alerta, moradores receberam autorização para deixar abrigos. Serviços de emergência não registraram feridos até o momento.
Reação dos EUA
O Irã ameaçou os Estados Unidos após ataques contra suas instalações nucleares, declarando que o ato hostil aumentará o número de alvos legítimos das Forças Armadas iranianas e poderá expandir o conflito na região, segundo porta-voz Ebrahim Zolfaghari.
Recentemente, sete bombardeiros B-2 dos EUA lançaram 14 bombas destruidoras de bunkers contra o Irã. O presidente Donald Trump autorizou a operação para neutralizar ameaças representadas pelo programa nuclear iraniano, conforme secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.
Avaliações iniciais indicaram danos graves em três instalações nucleares do Irã, conforme afirmou o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine. Ele evitou comentar se alguma capacidade nuclear iraniana ainda pode estar intacta.